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Reitor da UBI pede compensação por subfinanciamento

Ubi
Escrito por Sofia Caramelo

Na cerimónia comemorativa dos 38 anos da instituição, Mário Raposo disse que a universidade «foi privada, em termos acumulados, de mais de 50 milhões de euros» desde 2009

O reitor da Universidade da Beira Interior (UBI) pede ao novo Governo que compense a instituição pelos desequilíbrios financeiros causados por 15 anos de subfinanciamento com a assinatura de um novo contrato-programa.
«É necessário continuar a corrigir os desequilíbrios financeiros da UBI e esperamos que nos compense através de um contrato-programa que possibilite a recuperação das infraestruturas, a construção de novos espaços pedagógicos, a recuperação das nossas infraestruturas desportivas, a recuperação das nossas cantinas e a estabilização dos nossos recursos humanos, docentes e funcionários, de apoio e suporte», disse Mário Raposo, durante a sessão solene comemorativa dos 38 anos da universidade, assinalados no passado 30 de abril. Na cerimónia, o reitor mencionou o relatório da OCDE, segundo o qual a UBI foi a universidade portuguesa que, durante 15 anos, recebeu menos financiamento por aluno, o que considerou uma falta de equidade que começou a ser corrigida a partir de 2023.
«Ao longo daqueles 15 anos, a UBI foi privada, em termos acumulados, de mais de 50 milhões de euros», realçou Mário Raposo, afirmando que muito mais poderia ter sido feito com essa verba. «A UBI soube encontrar caminhos que permitiram a sua afirmação, apesar dos ataques sucessivos à instituição, o mais grave dos quais se traduziu num subfinanciamento crónico a partir do ano de 2009 e que se estendeu até aos nossos dias», lamentou o responsável, para quem, a concretizar-se esse apoio, no âmbito de um contrato-programa compensatório, a universidade saberá responder «através de uma escrupulosa utilização dos recursos, de uma transparente prestação de contas e de um compromisso cada vez mais acentuado para com a região, para com o país e para com a sociedade».
Atualmente com «mais de 9.500 estudantes», entre os quais 720 de doutoramento, e envolvida em «158 projetos de investigação», a UBI é «um farol de luz que ilumina e irradia o desenvolvimento» da região, com quem a instituição trabalha numa lógica de complementaridade. Na mesma sessão, o presidente da Associação Académica (AAUBI), João Nunes, alertou que «as infraestruturas começam a revelar-se insuficientes para dar resposta às necessidades» dos estudantes, dando como exemplo o alojamento, cantinas, laboratórios, salas de aula e «o bem-estar psicológico». «É impensável que a capacidade de resposta do apoio psicológico seja tão reduzida e que os estudantes sejam remetidos para uma lista de espera quando têm de pedir ajuda. A saúde mental não espera», afirmou o representante dos alunos.
Durante a cerimónia foi homenageado o antigo reitor Manuel Santos Silva, que recebeu o diploma de professor emérito, pelos altos serviços prestados e pelos relevantes contributos para a expansão e afirmação da UBI. Distinguido foi também o covilhanense Pedro Roseta, ex-ministro da Cultura e antigo deputado, que teve «intervenção preponderante na defesa do Instituto Politécnico da Covilhã e da sua conversão em Instituto Universitário da Beira Interior. O terceiro homenageado foi o professor aposentado Fernando de Jesus, pelo contributo para «a qualidade do ensino» e para «o prestígio» da UBI.

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