A recriação histórica das bodas reais entre D. Dinis e D. Isabel de Aragão, levada a cabo por atores profissionais e grupos especializados, é o ponto alto da Festa da História, que atrai cada vez mais visitantes a Trancoso. Para Amílcar Salvador, presidente do município e participante do evento, a data celebrada «é um facto histórico muito importante» para o concelho.
No rescaldo da atividade que decorreu no fim de semana, o edil congratulou-se com o número crescente de visitantes que rumam à cidade para assistir à encenação. «Creio que esta recriação das bodas reais está a atrair cada vez mais gente, situação que é de grande importância para a economia local», disse a O INTERIOR, estimando que este ano tenham passado «cerca 10 mil pessoas» por Trancoso durante os dois dias do evento. A Festa da História é considerada uma das melhores recriações históricas/ medievais do país e conta com cortejos, músicos ambulantes, torneios de armas, teatro de fogo, concertos, saltimbancos, mercado e gastronomia da época, atividades que atraem muitos visitantes ao centro histórico da cidade de Bandarra.
Sandra Fernandes, natural da Guarda, veio pela primeira vez a este evento. «Vi a notícia da encenação, que me despertou curiosidade e decidi visitar a feira medieval, onde nunca tinha estado», refere a guardense, que não regateia elogios ao que viu. «É um evento muito bem organizado. O casamento está muito bem encenado e a animação de rua é muito interessante», sublinha, acrescentando que a feira trancosense «correspondeu à expetativa, pois esperava encontrar um evento com muita gente, tal como tinha ouvido descrever». Apesar da satisfação dos visitantes, a evolução do evento pode ainda ir mais além na perspetiva de quem o protagoniza. Natural de Coimbra, Dinis Binnema, da companhia de teatro Três Irmãos, participa na recriação das bodas reais desde 2010,data em que se estreou neste género de espetáculos. O ator considera que «é preciso ainda melhorar muita coisa mas o evento está a evoluir e penso que fazem bem em investir em mudanças, como aconteceu este ano». As alterações em causa são a colocação da liça e de bancadas para espetáculos de maior formato, aspetos que contribuem, na sua opinião, para «criar as condições para que, tanto a área de espetáculo, como o espaço destinado ao público tenham condições para exibir a recriação em segurança e com qualidade».
Como já é habitual, a recriação do casamento real é o “ex-libris” da Festa da História, o momento pelo qual todos aguardam enquanto assistem a encenações, visitam as várias bancas de artesanato presentes ou petiscam no espaço dedicado à gastronomia tradicional.
Natural de Lisboa, Margarida Agostinho vive em Trancoso e apostou numa banca de artesanato durante os dois dias evento. «A feira tem muitos visitantes, mas o comércio não foi bem sucedido», lamenta a comerciante, que apesar disso considera que, «em termos de organização, o espetáculo esteve muito bem».
Este ano a recriação foi «das melhores que já fizemos em Trancoso e penso ser sinal de que estamos no bom caminho», conclui o autarca Amílcar Salvador.
Recriação de casamento real atrai milhares a Trancoso
A cerimónia de esposamento e as bodas reais do rei D. Dinis e D. Isabel de Aragão marcaram o último dia da Festa da História em Trancoso. Esta feira medieval, cujo ponto de partida é aquele acontecimento datado de 1282, é um dos mais antigos eventos do género na região.