Região

Reabertura do troço Pocinho-Barca d’Alva implica investimento de 75 milhões de euros

Linha Pocinho Barca De Alva
Escrito por Efigénia Marques

Estudo revela que só depois da Linha do Douro estar totalmente eletrificada é que os comboios poderão voltar a circular nos últimos 28 quilómetros

O estudo de viabilidade técnica e ambiental da reabertura do troço ferroviário entre o Pocinho e Barca d’Alva, na Linha do Douro, conclui que o investimento necessário seja da ordem dos 75 milhões de euros, dos quais 59 milhões serão destinados à obra.
As principais conclusões do documento foram divulgadas na sexta-feira e conferem, em grande medida, com o estudo de viabilidade para a reabilitação dos 28 quilómetros da via realizado pela Infraestruturas de Portugal (IP). Em termos de tempo de percurso, os técnicos indicam que a reabertura deste troço representará um «ganho superior a 30 minutos», quando comparado com a alternativa rodoviária existente. A reativação da ligação até Barca d’Alva, encerrada em 1988, irá também «aumentar significativamente» a oferta turística da região e que a economia local será «influenciada positivamente» com o aumento do fluxo turístico previsto, traduzindo-se numa «dinamização» tanto do comércio, como alojamento local, restauração e, consequentemente, emprego.
No entanto, apenas quando a Linha do Douro estiver totalmente eletrificada é que os comboios poderão voltar a circular entre Pocinho e Barca d’Alva, sendo que atualmente só há corrente elétrica no percurso entre a estação de São Bento, no Porto, e Marco de Canaveses. O restante percurso ainda não tem calendário definido para eletrificação. O estudo de viabilidade defende que a linha não sofra alterações de monta, ocupando o mesmo espaço que foi posto a funcionar no final de 1887. Côa, Castelo Melhor, Almendra e Barca d’Alva vão manter-se como as quatro estações e apeadeiros. Já Barca d’Alva será a única estação com bilheteira física.
O regresso dos comboios nesta zona do Douro permitirá «providenciar uma infraestrutura que garante a oportunidade de promover um serviço turístico que dinamiza e valoriza o património local, e que se pode constituir como um fator relevante no alavancar de outros projetos económicos e dinamização demográfica dos concelhos envolvidos», lê-se ainda no documento, citado pelo jornal online “Eco”. A conclusão deste estudo técnico era o passo que faltava para que, durante o mês de maio, seja finalizado o estudo de viabilidade económica, a cargo da IP, pedido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N). Este troço ferroviário foi encerrado em 1988 e a sua reabertura tem sido badalada nas últimas décadas, mas nunca chegou a sair do plano das intenções.

Projeto deve ser considerado «investimento estruturante»

O presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo defende que o troço Pocinho-Barca d’Alva seja considerado «investimento estruturante» para a região do Douro e para o interior do país.
«Falta agora o Governo declarar que este investimento é importante e se vai realizar. O Governo, na pessoa da ministra da Coesão Territorial, prometeu em campanha que a Linha do Douro era um desígnio deste território e mal andaria o Governo, ou os Governos, que não apoiassem o projeto», lembra Carlos Condesso. Para o edil figueirense, a conclusão do estudo de viabilidade técnica é «um passo concreto» para a reabertura da via, num projeto que considera «muito importante» para os autarcas, agentes económicos e turísticos da região.

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Efigénia Marques

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