Região

Primeira edição do festival de cozinha de altitude supera expectativas

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Escrito por Jornal O INTERIOR

Durante dois dias, o “Altitudo” juntou cerca de 20 chefs, alguns com estrelas Michelin, que confecionaram pratos inspirados nos produtos regionais como o cabrito, a vaca jarmelista, o pão e os enchidos

A primeira edição do festival gastronómico “Altitudo” decorreu durante no último fim de semana na Guarda, junto à Sé Catedral. Participaram mais de 20 chefes locais, nacionais e internacionais, que foram desafiados a confecionar iguarias inspiradas nos produtos endógenos da região.

Nos dois dias do evento muitos foram os pratos criados com cabrito, batata, pão, queijo, enchidos e a carne de vaca jarmelista. Houve propostas vegetarianas, de peixe, carne e até sobremesas para todos os gostos, variando o preço entre os seis e oito euros. «Foi pedido a todos os chefs que interpretassem uma receita de pratos típicos da Guarda ou que utilizassem um produto. Nenhum trouxe pratos já existentes, foi tudo feito de raiz», adiantou Paulo Barata, um dos responsáveis pela organização do festival. O mesmo foi pedido aos dois chefes guardenses, João Costa, do Dsigual Wine House, e Ricardo Carola, do restaurante Aliança. Entre os convidados estiveram cinco chefs distinguidos com estrelas Michelin como Arcangelo Tinari, Tiago Bonito, Ricardo Costa, Pedro Lemos (todos com uma) e Ricardo Costa (duas estrelas).

Em declarações a O INTERIOR, o chef do restaurante The Yeatman, em Vila Nova de Gaia, garante que a Guarda possuiu alguns «dos melhores produtos do país, não só estes, mas se falarmos do queijo da serra que fica aqui perto é algo muito importante. Também o azeite, o mel e mais uma série de coisas que se tornam fáceis de cozinhar e até se podem comer diretamente sem qualquer preparação», o que os torna produtos de grande qualidade. Já Gustavo Delgado, jovem chef com origens na Guarda, não foi novidade confecionar pratos com produtos que tão bem conhece. «É um orgulho ter este festival aqui na Guarda e sinto-me super feliz por mostrar aquilo que mais gosto de fazer às pessoas que eu conheço desde sempre», afirmou, orgulhoso.

Na sua opinião, estas iniciativas são sempre importantes porque é uma forma de «promover a cultura da e na nossa região», especialmente em tempos de pandemia «é bom haver este tipo de eventos totalmente seguros, onde as pessoas se podem voltar a juntar e sentir um pouco mais normais. E poder experimentar um bocado de tudo de chefs incríveis de todo o país», garantiu Gustavo Delgado. A escolha do espaço para a realização do evento teve muito a ver com o contexto pandémico que vivemos, mas os visitantes ouvidos por O INTERIOR consideraram que não poderia ter havido melhor escolha que a Praça Velha. «A cidade é um cenário excelente para o tipo de festival que é porque reúne as condições necessárias, essencialmente na conjuntura que vivemos por causa da Covid-19 e permite perfeitamente o distanciamento e a gestão do espaço», confessou Carla Sá, que veio de Lisboa para degustar o melhor da gastronomia de altitude.

Também da capital, José Madureira considerou que «os chefs interpretaram muito bem a questão da gastronomia local», pois «conseguimos ter aqui muito do que são as referências gastronómicas da região e de uma forma muito próxima e muito fácil. E com um toque muito especial que todos estes chefes conseguiram dar a este evento», acrescentou. Realçada foi ainda a possibilidade de «experimentar, a um preço acessível, uma qualidade de ingredientes e de confeções que doutra forma não teríamos acesso em Lisboa», afirmou a visitante. Por sua vez, Carla Sá acrescentou que este tipo de eventos no interior do país são importantes para «desmistificar a ideia de que o interior é no Inverno por causa da neve. No Verão também oferece muita coisa, a gastronomia é ótima e as pessoas são simpatiquíssimas», afirmou a visitante. O “Altitudo” integra o projeto “Arrebita Portugal” que promove iniciativas gastronómicas pelo país. Na Guarda, o evento foi patrocinado pela Câmara Municipal com o apoio do Turismo do Centro.

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