Com a abolição do pagamento de portagens nas duas autoestradas da região (A23 e A25) a partir de janeiro do próximo ano, a Plataforma P’la Reposição das SCUT começou a debater o futuro sem portagens.
Numa conferência realizada na Covilhã, na passada sexta-feira, o movimento cívico quis ouvir os partidos políticos com assento parlamentar e também as “forças vivas” da Beira Interior sobre o assunto. Os problemas são vários, a começar pela deficiente rede de transportes públicos nestes territórios de baixa densidade. O secretário-executivo da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE), António Miraldes, admitiu que o serviço existente «não vai ao encontro das necessidades da população» porque só existe «um circuito de ida e volta desajustado da realidade atual». Para colmatar algumas falhas, a CIMBSE contratualizou com as empresas de táxi o transporte a pedido que está a ser implementado em oito municípios, com horários diferentes do transporte regular, ou seja, «não é concorrencial».
António Miraldes anunciou também que a CIMBSE «está a trabalhar numa proposta de passe único para ser implementado em 2025» nos 15 municípios da Comunidade, na sequência de um concurso público. «Vamos ver quanto isso vai custar num processo idêntico ao das áreas metropolitanas», sublinhou. Já Luís Garra, porta-voz da Plataforma pela Reposição das SCUT, garantiu que esta estrutura está «de pedra e cal» e que, cumprido o objetivo de abolição das portagens, a defesa da região ao nível da mobilidade vai continuar a ser prioridade do movimento. O antigo dirigente sindical realçou, de resto, que a reposição das vias sem custos para o utilizador é resultado da «luta intensa travada, em separado e conjuntamente», ao longo de mais de 13 anos pelas organizações que integram a Plataforma. Uma estrutura que «vai continuar a exigir a implementação de um verdadeiro plano de mobilidade e medidas de desenvolvimento para o interior do país», avisou.
A Plataforma P’la Reposição das SCUTs na A23 e A25 integra sete entidades dos distritos de Castelo Branco e da Guarda (Associação Empresarial da Beira Baixa, União de Sindicatos de Castelo Branco, Comissão de Utentes Contra as Portagens na A23, Movimento de Empresários pela Subsistência pelo Interior, Associação Empresarial da Região da Guarda, Comissão de Utentes da A25 e União de Sindicatos da Guarda.