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O que planeiam as Câmaras do distrito da Guarda para 2022

Passadicos Do Vale Do Mondego Imagem Dr 1
Escrito por Efigénia Marques

Conheça as principais obras e projetos definidos como prioritários em cada autarquia

Começou o novo ano e com ele arrancam também os projetos considerados prioritários em cada Câmara Municipal do distrito da Guarda. Fique a conhecer o orçamento de cada uma das autarquias, assim como as prioridades ao nível de obras físicas a lançar em 2022. Não foi possível obter declarações dos autarcas dos concelhos de Seia, Manteigas, Covilhã e Belmonte.

Guarda

A Câmara da Guarda tem um orçamento de cerca de 63,4 milhões de euros para 2022. Sérgio Costa, presidente da autarquia, começa por dizer que «há muito trabalho a fazer» porque encontrou um município «sem projetos para o futuro».
Um dos primeiros focos para este novo ano é a habitação social, assim como «a execução da pedovia e da ciclovia na cidade», explica o autarca. Na educação, o objetivo é «projetar e iniciar» as obras na escola de Santa Clara e em todas as escolas do primeiro ciclo ainda em funcionamento, adianta o edil, que também quer «regulamentar o programa de apoio à reabilitação» do centro histórico da cidade e das freguesias. Por outro lado, Sérgio Costa quer avançar com a requalificação dos parques infantis da cidade, «um plano para quatro anos em que investimos cerca de 150 mil euros por ano. O autarca pretende ainda «projetar as novas áreas de localização empresarial das nossas aldeias, tal como a duplicação da plataforma logística, do parque industrial e do parque empresarial da Arrifana».
Outro objetivo é «iniciar o projeto do novo Parque Urbano do Cabroeiro, onde também será feita a Variante dos F’s, assim como o Parque Urbano de São Francisco, onde será projetado o novo recinto da feira», acrescenta. O presidente da Câmara da Guarda pretende igualmente «projetar a nova cidade desportiva» e os campos sintéticos de Casal de Cinza e Gonçalo, bem como os pavilhões desportivos do Porto da Carne e de Gonçalo. «Além disso, temos de dar início ao grande projeto do parque biológico da Quinta da Maúnça, à requalificação e aprovação dos percursos pedestres no concelho e projetar a rota dos miradouros, mas também o acesso ao maciço central da Serra da Estrela», acrescenta Sérgio Costa, que não esquece os Passadiços do Mondego, que espera ver concluídos «durante o próximo ano».

Aguiar da Beira

O município de Aguiar da Beira tem um orçamento que ronda os 11 milhões de euros e, para Virgílio Cunha, presidente da Câmara, tem «uma visão estratégica para o concelho e possui algumas áreas prioritárias, sobretudo as que vão de encontro às necessidades das pessoas».
As obras no armazém municipal, executar uma fase de saneamento da vila e a requalificação do bairro de Santo António são algumas das prioridades em Aguiar da Beira para 2022. «Temos também previsto o arranjo da envolvente do castelo e a construção de um miradouro no monte de Santa Eufémia», refere o autarca, que quer também «estudar uma solução» para um pavilhão multiusos, que pode passar «pela remodelação do atual pavilhão gimnodesportivo ou pela construção de um novo». As infraestruturas básicas de saneamento e águas pluviais, arruamentos e calçadas nas freguesias do concelho são outras prioridades do executivo.
A autarquia aguiarense pretende ainda incentivar «a recuperação habitacional das freguesias que ficaram para trás e fazer alguma urbanização a custos mais baixos para termos algumas casas a custos controlados», explica Virgílio Cunha. Para este ano está prevista a construção de uma ciclovia com ligação aos passadiços de Açores e de uma praceta, «que terá alguns equipamentos ligados ao desporto e marcará o início do percurso dos passadiços», acrescenta o autarca.

Almeida

Em Almeida, o orçamento é de cerca de 16 milhões de euros e será «de continuidade», na perspetiva do presidente da Câmara. «Há algumas obras que estão a decorrer e que vamos continuar, nomeadamente a valorização da rua da parte comercial de Vilar Formoso», destaca António José Machado.
«Temos também duas intervenções no património, nomeadamente nas Portas de Santo António e de S. Francisco, mas queremos sobretudo consolidar projetos importantes para o concelho, como a ligação ao núcleo central de Vilar Formoso e a construção do Parque de TIR, que saem do papel e passam para a execução», garante. O autarca adianta que há projetos «também importantes» de valorização dos recursos hídricos, nomeadamente no Rio Côa, onde serão valorizados os espaços e criadas zonas de banho, e também do turismo de natureza.

Celorico da Beira

O município tem um orçamento de cerca de 12 milhões de euros e Carlos Ascensão sublinha que, depois de «termos tentado arrumar a casa e reequilibrar as finanças», há um conjunto de obras que vão avançar e que «já desejaríamos que estivessem concluídas».
Em curso está a requalificação da EB 2,3 Sacadura Cabral, a conclusão das Casas do Castelo, que «vão ser uma mais-valia para Celorico e para o turismo», afiança. O município quer concluir a reabilitação das piscinas municipais, bem como o canil intermunicipal que vai servir Celorico e Gouveia. Carlos Ascensão acrescenta estar já em curso a requalificação do Largo da Corredoura e haver outros projetos para este ano, caso da criação de um parque urbano e de uma “mini” quinta pedagógica.

Figueira de Castelo Rodrigo

O orçamento da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo é da ordem dos 14 milhões de euros. O autarca Carlos Condesso afirma que será dada «prioridade» à revitalização do setor agrícola. «Avançaremos com os procedimentos necessários para legalizar a barragem de Sta. Maria de Aguiar com a intenção de implementar a primeira fase do regadio, inclusive já aprovámos em reunião de Câmara o concurso para se realizar o projeto porque é muito importante para o concelho», sublinha o edil.
A autarquia quer também lançar os procedimentos para a criação de uma praia fluvial, iniciar o projeto «das escadarias da Marofa», que vão ligar a Via Sacra ao alto da Serra da Marofa, e revitalizar algumas áreas de habitação social. «Vamos também requalificar a cobertura das piscinas municipais e reparar os edifícios onde funcionam diversos serviços municipais porque muitos deles estão deteriorados», conclui o autarca.

Fornos de Algodres

A Câmara de Fornos de Algodres tem um orçamento de cerca de 9 milhões de euros para 2022. Manuel Fonseca, presidente da autarquia, assume como prioridades a reabilitação do mercado municipal e a construção da nova zona industrial de Juncais. «Estas são as obras principais, para além de existirem outras, principalmente na área ambiental», sublinha o edil, adiantando que entre elas está «a mobilidade dentro da vila» e requalificação da escola do primeiro ciclo de Figueiró da Granja.

Gouveia

Gouveia conta com um orçamento da ordem dos 22 milhões de euros. Luís Tadeu, autarca local, adianta que vão «continuar com requalificações, não só na malha urbana da cidade, mas também em equipamentos culturais», pois o ano transato «foi de investimento forte» nos equipamentos desportivos, caso das piscinas cobertas e descobertas e em recintos desportivos.
Vai por isso avançar a intervenção na vila “Josephine”, em Melo, que será transformada na “Casa da Palavra Virgílio Ferreira”, num investimento que ultrapassa os 350 mil euros «só em obras», explica o edil gouveense. Vão também prosseguir as intervenções na malha urbana da cidade no âmbito da mobilidade suave, com a requalificação das vias, passeios e substituição da rede de águas e esgotos no bairro de S. Lázaro. E será iniciada a requalificação do estádio municipal do Farvão, «que se vai estender, certamente, por dois a três anos dado o volume de intervenções previstas», assume Luís Tadeu.
A nível cultural, será efetuado um investimento «superior a 350 mil euros» na requalificação do Cine Teatro Jardim, «que queremos que seja um polo fundamental da difusão de Cultura no concelho», considera o autarca.

Mêda

Na Mêda, o orçamento ronda os 14 milhões de euros e João Mourato, presidente da Câmara, diz que as principais tarefas serão continuar as obras que estão em curso.
«Neste momento temos grandes constrangimentos nas autarquias, o PRR inibe as Câmaras de se candidatarem a algumas estradas que poderiam ser fator de desenvolvimento. Portanto, este ano tivemos de cortar em termos de vias rodoviárias», justifica o edil medense. No entanto, a autarquia pretende recuperar áreas degradadas, «uma ou outra estrada» que o orçamento municipal poderá suportar, não havendo «grandes alterações» relativamente a grandes equipamentos, com exceção para «algumas necessidades», como as obras na biblioteca ou no mercado municipal.

Pinhel

No município de Pinhel o orçamento ronda os 25 milhões de euros. O presidente Rui Ventura adianta que os projetos «dependem muito» dos fundos comunitários, da programação do Portugal 2020 ou 2030 ou até mesmo do PRR.
No entanto, o autarca destaca as obras que já foram adjudicadas, caso do Parque Intermodal e do Parque TIR, uma obra orçada em 1,2 milhões de euros para «revitalizar toda uma entrada da cidade». Avançará também a segunda fase da requalificação do Parque da Trincheira, orçada em 500 mil euros, a construção da biblioteca municipal, já iniciada, assim como da Falcoaria, obras que rondam «os 3,5 ou 4 milhões de euros», aponta o edil pinhelense.

Sabugal

O orçamento para o município do Sabugal em 2022 ronda os 25 milhões de euros e é «claramente marcado pelos fundos comunitários, pelo Portugal 2020, PRR e Portugal 2030. Ou seja, é um orçamento com uma dificuldade de elaboração até porque estamos perante uma crise pandémica, uma crise financeira, uma crise política e uma crise energética», considera Vítor Proença.
Este é o primeiro orçamento do autarca recém-eleito e será «uma continuidade» daquilo que foi o mandato anterior, em que era vice-presidente. «Em 2022 vamos avançar com a construção do nosso “Smart Work Center”, um espaço no parque industrial que vamos reabilitar para centros de “coworking” num financiamento de 1,2 milhões de euros», destaca o autarca. Serão também criados 27 centros de teletrabalho em 27 freguesias que não têm acesso a fibra nem a banda larga, pelo que o município raiano, em parceria com a Altice, irá investir cerca de 100 mil euros na colocação dessas estruturas.
«Depois temos a segunda fase da praia fluvial, uma obra muito ansiada pela população do Sabugal e que já tem um financiamento de 800 mil euros», acrescenta Vítor Proença, para quem outra prioridade é requalificar a entrada Sul do município e implementar na cidade uma via ciclável no âmbito da mobilidade suave, num projeto «muito arrojado que ronda os 1,7 milhões de euros, com financiamento garantido de 60 por cento», refere o edil sabugalense.

Trancoso

O orçamento do município de Trancoso para o novo ano é da ordem dos 16 milhões de euros. Amílcar Salvador aponta a conclusão de «obras importantes» que vinham de 2021, nomeadamente arruamentos, a incubadora de empresas, a requalificação do castelo e na área do Turismo, a necrópole de Moreira de Rei e o centro interpretativo da mesma na igreja de Santa Maria.
«Outras das obras que pretendemos lançar, sabendo também das dificuldades, é a reabilitação dos Paços do Concelho», destaca o autarca, que também quer avançar com o projeto do Museu da Cidade, «que está numa fase bastante adiantada», com o polo 2 da zona industrial de Vila Franca das Naves e a zona industrial do Reboleiro. «Pensamos ainda projetar a remodelação do nosso parque escolar, nomeadamente da Secundária de Trancoso, da EB 2 e 3 de Trancoso e da EB de Vila Franca das Naves», adianta o edil.

Vila Nova de Foz Côa

Em Vila Nova de Foz Côa, o orçamento é da ordem dos 14 milhões de euros. O presidente da Câmara, João Paulo Sousa, diz que há uma transação no volume de obras de 2021, que rondam os 7,7 milhões de euros.
«A prioridade neste momento é tentar terminar, temos taxas de execuções ainda bastante reduzidas, em parte por causa desta questão da pandemia, portanto os empreiteiros estão com algumas dificuldades em terminar», justifica. Segundo o autarca, são prioridade para 2022 «duas grandes obras»: a construção de um canil e as piscinas cobertas, além da conclusão das «grandes obras» que temos, como o mercado municipal, exemplifica João Paulo Sousa.

 

Catarina Reino

Sobre o autor

Efigénia Marques

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