A Plataforma pela Reposição das SCUT na A23 e A25 reafirmou na terça-feira que as portagens são um «elemento inibidor» do desenvolvimento do interior e que não abdica da sua abolição, independentemente do Governo que sair das eleições.
«Os indicadores sobre as políticas para o interior esbarram todos numa questão que é incontornável. É que as portagens são um elemento inibidor do investimento e um elemento que cria graves problemas sociais. Com os dados que temos, a criação de emprego no interior é menor do que é a média nacional e a criação de empresas novas é menor do que a média nacional. Portanto, temos uma situação que é insustentável», afirmou, aos jornalistas, Luís Garra, da União de Sindicatos de Castelo Branco. O dirigente falava durante a realização da tribuna pública “Pelo Interior – Repor as SCUT’s, Abolir as Portagens na A23 e na A25”, que decorreu em Castelo Branco, à porta da Secretaria de Estado para a Valorização do Interior. Na sua opinião, «não é aceitável que o Governo não tenha tomado esta questão da abolição das portagens, através de reduções progressivas, com a intensidade que pretendíamos, que era numa legislatura estar o problema resolvido».
Luís Garra admitiu que as reduções efetuadas para o setor empresarial foram positivas, mas adianta que é preciso generalizar essas reduções a toda a população e encarar o problema das ligações rodoviárias como fundamental para o desenvolvimento interior. «Somos, por natureza, muito pacientes, mas também somos, simultaneamente, muito persistentes. Se o Governo, seja ele qual for que vier a sair das eleições, pensa que o problema fica resolvido com as eleições, que se desengane», alertou. Por sua vez, José Gameiro, da Associação Empresarial da Beira Baixa, disse que esta ação foi feita em frente à Secretaria de Estado para a Valorização do Interior porque este é o local que tem legitimidade para apresentar estes temas e para lembrar que este é um problema que afeta a região e as pessoas.
«Nós pedimos inequivocamente a abolição das portagens. Porque estas estradas foram construídas com dinheiros da comunidade europeia para desenvolver estas regiões. O dinheiro da comunidade chegou, mas o desenvolvimento não. Portanto, neste momento, elas são um atrofio ao desenvolvimento que é o oposto do objetivo para a qual foram construídas», sustentou o empresário. O dirigente acrescentou que a Plataforma tem «o direito de exigir» que o problema das portagens seja resolvido na próxima legislatura, uma vez que não foi nesta. «Nós fomos claros. Já reconhecemos publicamente que as descidas nas portagens foram importantes, mas foram muito aquém daquilo que poderiam ter ido», sublinhou.
José Gameiro também deixou claro que a radicalização das ações ainda não foi tomada pela Plataforma, porque esta entende que esse é o último recurso. «Mas, se nos convencermos que só isso é que resulta, não tardaremos muito tempo a tomar outras atitudes», avisou. A Plataforma de Entendimento para a Reposição das SCUT na A23 e A25 integra sete entidades dos distritos de Castelo Branco e da Guarda, nomeadamente a Associação Empresarial da Beira Baixa, a União de Sindicatos de Castelo Branco, a Comissão de Utentes Contra as Portagens na A23, o Movimento de Empresários pela Subsistência pelo Interior, a Associação Empresarial da Região da Guarda, a Comissão de Utentes da A25 e a União de Sindicatos da Guarda.
Novo Governo «deve abolir» portagens na A23 e A25
Movimento pela reposição das SCUT nas autoestradas que atravessam a região realizou mais uma tribuna pública, desta vez em Castelo Branco