Os trabalhadores da fábrica de calçado Classic Belmonte Shoes iniciaram uma greve no passado dia 9 devido a ordenados em atraso. A situação forçou a autarquia a esclarecer vários pontos.
Em comunicado, o município presidido por António Dias Rocha começa por confirmar que a administração da empresa entregou documentação, «no passado dia 17, tendente à suspensão do contrato de trabalho de todos os trabalhadores, abrindo-lhes a possibilidade de, a título provisório, recorrerem ao subsídio de desemprego». A edilidade recorda que o empresário beneficiou de fundos comunitários para sediar a unidade fabril no concelho e chegou a empregar cerca de 35 trabalhadores, mantendo atualmente o vínculo laboral com 20. Por outro lado, a autarquia concedeu vários apoios, nomeadamente a isenção temporária de IMI e de Derrama, e ajudou na elaboração do projeto arquitetónico do edifício, tendo ainda disponibilizado habitação para técnicos e quadros da empresa por um período de três anos.
Além destas ajudas, a Câmara acrescenta que «em momento algum se disponibilizou a conceder qualquer tipo de apoio de índole financeiro» ao empresário. De resto, confirma que está a acompanhar a situação «de crise» na Classic Belmonte Shoes desde a sua génese, «tendo participado numa primeira reunião com a administração da empresa, nas instalações do IAPMEI de Coimbra». Os trabalhadores entraram em greve no passado dia 9 devido a salários em atraso e forçaram a paralisação da empresa. Na altura, os funcionários informaram que iriam proceder à suspensão dos contratos, mas a ação foi entretanto levada a cabo pela própria empresa. Em causa estava o agravamento da situação de atraso no pagamento dos vencimentos, que já se verifica desde outubro do ano passado, mas que se agravou nos últimos meses, segundo o Sindicato Têxtil da Beira Baixa. Os operários admitiam regressar ao trabalho desde que fossem pagos «os salários em dívida», o que não aconteceu.
Greve paralisa empresa de calçado em Belmonte
Administração suspendeu o contrato de trabalho de todos os trabalhadores para que recorram, «a título provisório», ao subsídio de desemprego