O primeiro-ministro garantiu que o Governo vai avaliar a renacionalização do serviço postal dos CTT no final do contrato de concessão, ou seja, em 2020. O anúncio foi feito por António Costa na passada sexta-feira, durante o debate quinzenal na Assembleia da República.
«Não nos vamos precipitar porque temos de cumprir regras», começou por responder o chefe do Executivo ao secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, sublinhando que a situação dos CTT é bem diferente da TAP ou das concessões da Carris ou CP porque esses contratos ainda não estavam concluídos. «Temos de cumprir e respeitar o contrato», afirmou António Costa, para garantir que «faremos o que nos compete: avaliar e em função dessa avaliação, decidir». Antes, Jerónimo de Sousa tinha defendido a renacionalização dos CTT como um «exemplo flagrante» de «um negócio de privatização ruinoso». E garantiu que há autarquias a serem «ameaçadas pela administração dos CTT para assumirem parte dos custos da rede» para manterem o serviço. «Oxalá não seja tarde» esperar pelo balanço, alertou o secretário-geral do PCP após a garantia do primeiro-ministro.
O líder comunista falou na degradação do serviço e no fecho de estações, nomeadamente no distrito da Guarda, e António Costa assumiu que nas zonas de baixa densidade, onde os postos e estações podem não ser tão rentáveis, são «indispensáveis» do ponto de vista social. Também Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda (BE), abordou o tema para perguntar pelas conclusões do grupo de trabalho anunciado pelo Governo para analisar a gestão dos CTT. António Costa respondeu que «em parte a avaliação está a ser feita pela ANACOM», mas a coordenadora do Bloco defendeu que o Governo «não se pode demitir para a reguladora». Já Heloísa Apolónia, deputada dos Verdes, considerou que «os CTT não estão a cumprir o contrato de concessão e o Governo continua a chutar para a frente».