A fronteira de Vilar Formoso é um dos nove pontos de passagem autorizados para Espanha para conter a propagação do Covid-19. A reposição excecional de controlos entre os dois países foi decretada na segunda-feira após uma reunião por videoconferência entre os ministros da Administração Interna e da Saúde de Portugal com os seus homólogos espanhóis e europeus.
A medida entrou em vigor às 23 horas, a partir das quais apenas podem passar veículos de transportes de mercadorias e trabalhadores transnacionais, estando proibidas as deslocações de turismo ou lazer entre os dois países. Estas restrições vão vigorar um mês, «até 15 de abril», disse Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna em conferência de imprensa. Além de Vilar Formoso, os restantes postos fronteiriços ativos são Valença, Vilaverde, Vilaverde de Ficalho, Quintanilha, Termas de Monfortinho, Marvão, Caia e Vila Real de Santo António. Nessas zonas o controlo será garantido pela GNR e pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), enquanto essa tarefa é assumida pela Guarda Civil e a Polícia Nacional do outro lado da fronteira.
No primeiro dia, as autoridades portuguesas permitiram o acesso ao território nacional cerca de duas dezenas viaturas ligeiras. Entretanto os municípios de Almeida, Sabugal e Figueira de Castelo Rodrigo fecharam um total de dez fronteiras terrestres secundárias com Espanha. No concelho do Sabugal (na foto), o município fechou cinco fronteiras secundárias: Batocas-Almedilha, Lajeosa da Raia-Navasfrías, Aldeia do Bispo-Navasfrías, Foios-Navasfrías e Aldeia da Ponte-La Alberguería de Argañán. Estas ligações rodoviárias foram “cortadas” com a colocação de blocos de cimento e sinalização rodoviária, adiantou o vice-presidente da Câmara, Vítor Proença.
Em Almeida, a autarquia procedeu, na segunda-feira, ao encerramento das fronteiras de Vale da Mula-Aldea del Obispo, São Pedro do Rio Seco-La Alameda de Gardón e antiga fronteira Vilar Formoso/Fuentes de Oñoro.
Alcino Morgado, vereador com o pelouro da Proteção Civil, especificou que as ligações foram suprimidas com barreiras físicas e sinalética, mas «com vigilância da GNR». Em Figueira de Castelo Rodrigo encerraram duas passagens para Espanha: Barca D’Alva-La Fregeneda e Escarigo-Labouza. Nesta última foram colocados «blocos de granito» na via e na primeira o acesso foi barrado com «o braço de uma grua com cerca de 10 metros de comprimento», revelou o presidente do município, Paulo Langrouva. Nos locais há ainda sinalização vertical «de encerramento de fronteiras e de proibição de passagem”, bem como vigilância a cargo da GNR.