A Expo Estrela, que terminou em Manteigas na terça-feira, teve este ano um objetivo central, o de mostrar que a Serra da Estrela «está viva e bem viva». A afirmação é de Flávio Massano, autarca local, para quem o principal certame do município serrano foi a oportunidade para «demonstrar que este território é atrativo e seguro».
Com mais área expositiva, mais expositores e uma nova localização, no Lugar do Vidoal, a 29ª edição cresceu porque no ano passado «o espaço foi exíguo para tanta procura», justificou o edil manteiguense, para quem esta opção não foi arriscada. «Pode gerar alguma confusão, mas tínhamos que fazer esta aposta para termos mais comodidade e espaço. Por outro lado, depois de um Verão muito complicado, e do que passámos na Serra da Estrela, precisamos de dar alegria às pessoas, precisamos de ter uma grande Expo Estrela», realçou Flávio Massano. Para o presidente do município, este ano «a mensagem» que Manteigas quis passar com a realização do «maior evento anual» do concelho é que «não estamos derrotados e a lamentar as feridas do Verão, obviamente que custaram, doeram, mas temos que seguir em frente e a Expo Estrela sempre foi um momento de reunião, de alegria e emoção e nós queremos isso, que as pessoas se sintam bem e que ela possa ser um marco na região».
O certame começou na sexta-feira e ocupou duas tendas com uma área total de cerca de 2.500 metros quadrados, onde se acomodaram o artesanato, comércio, indústria, gastronomia, cultura e animação. Na cerimónia inaugural, Flávio Massano, sublinhou que a Expo Estrela «já é uma marca» e tem «produtos genuínos, honestos e humildes, que é o que se faz nesta terra». A Câmara de Manteigas investiu cerca de 200 mil euros num evento que contemplou as atuações de Emanuel, Dino D’Santiago e Calema, bem como das duas bandas filarmónicas de Manteigas (Banda Boa União – Música Velha e Filarmónica Popular Manteiguense – Música Nova), do grupo de baile Hi-Fi e de Virgílio Faleiro, entre outras propostas. Na manhã de terça-feira de Carnaval realizou-se a tradicional prova de queijo Serra da Estrela e, à tarde, houve desfile pelas ruas da vila.
Reabertura da EN338 ainda sem data
O troço da EN338, que liga Manteigas aos Piornos, está fechado ao trânsito há mais de dois meses e Flávio Massano reivindica a reabertura da via, «pelo menos, nos dias em que não chove».
O autarca adiantou a O INTERIOR que a presidente e técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil e da Infraestruturas de Portugal vieram recentemente ao local. «Viram como está a encosta e neste momento estamos à espera de respostas porque precisamos de abrir a estrada e a nossa exigência é que seja reposta a normalidade nesta via, embora saibamos que o problema é complexo, afirma o presidente independente da Câmara. «É uma encosta do Vale Glaciar que ardeu, os solos tendem a erodir, há muitas pedras que perderam sustentação e há sempre um risco efetivo de deslizamentos. Temos que combater isso e pressionar a Infraestruturas de Portugal, porque queremos a estrada aberta», exige. O edil manteiguense reconhece que o fecho da estrada tem «impacto negativo» em Manteigas porque «numa altura em que temos neve e há milhares de pessoas a visitarem a Serra da Estrela, tendo nós um acesso fechado, obviamente que desvia do concelho uma grande fatia deste turismo».
No entanto, Flávio Massano sublinha que Manteigas é «um destino turístico de eleição e temos conseguido, mesmo assim, ter bons números em termos de ocupação dos hotéis e alojamentos locais, temos tido muita procura no comércio local e restauração, o que mostra que a economia está a sobreviver». Mesmo assim, o autarca avisa que «não podemos ficar privados daquilo que é uma condição de igualdade de acesso à Serra da Estrela, neste caso à Torre, como todos os outros municípios, queremos o problema resolvido». A EN338, entre Manteigas e os Piornos, está fechada desde 15 de dezembro após várias derrocadas.