Região

Dormidas e proveitos do turismo duplicam em Manteigas

Escrito por Luís Martins

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Turismo de Portugal, o “coração” da Serra da Estrela foi o município que mais subiu na região entre 2015 e 2018

Manteigas está na moda em termos turísticos e a comprová-lo está o crescimento quase exponencial do número de dormidas, de hóspedes e de proveitos registados no concelho serrano entre 2015 e 2018. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Turismo de Portugal, o “coração” da Serra da Estrela foi o município que mais subiu na região neste triénio.
As dormidas mais do que duplicaram, passando de 14.548 para 33.873, o mesmo acontecendo relativamente ao número de hóspedes, que subiram de 8.584 para 19.514. Já os proveitos totais dos alojamentos turísticos quase duplicaram, tendo sido de pouco mais de 1,4 milhões de euros em 2015 e de cerca de 2,6 milhões de euros no ano transacto. «São números fantásticos e ainda falta abrir o hotel do grupo Vila Galé», admite o presidente do município, para quem este crescimento «é fruto do trabalho dos investidores». E não só: «Resulta também da estratégia da Câmara, que redirecionou a promoção do território para o seu potencial paisagístico e natural e a aposta está a dar frutos», constata Esmeraldo Carvalhinho. Na sua opinião, o concelho tem vindo a assistir a uma «verdadeira revolução» em termos turísticos nestes últimos anos depois da crise dos têxteis.
«Estou extremamente satisfeito porque Manteigas está no caminho certo e há mais projetos a caminho neste setor, que era um diamante que estava por lapidar», considera o autarca socialista. Atualmente, o concelho com pouco mais de 3.400 habitantes tem 221 unidades de alojamento, distribuídas por 11 empreendimentos turísticos. No total, há 457 camas disponíveis fruto de apoios ao investimento que rondaram os 7,5 milhões de euros nos últimos anos. O Hotel da Fábrica, à entrada da vila, a Casa das Penhas Douradas e a Casa de São Lourenço – Burel Panorama Hotel, unidade de cinco estrelas que resultou da requalificação da antiga Pousada de São Lourenço, são os três “ex-libris” da nova oferta hoteleira manteiguense. Para 2020 está prevista a abertura, em pleno Vale Glaciar, do primeiro hotel de montanha do grupo Vila Galé, num investimento previsto que ronda os 6 milhões de euros e que terá 81 quartos.
«Estamos a viver um ótimo momento depois de uma década de estagnação», considera Esmeraldo Carvalhinho, revelando que a candidatura do Vale Glaciar ao concurso das “7 Maravilhas Naturais de Portugal” foi o ponto de viragem. «Conseguimos uma projeção enorme e logo que Manteigas passou a ter mais notoriedade começaram a aparecer investimentos, alguns de grande volume financeiro», recorda o edil, que garante que o concelho «ainda não atingiu o limite, tem muito potencial por explorar». Desde logo quando a Serra da Estrela for formalmente classificada Geopark da UNESCO, um selo que será «mais um instrumento vital para o desenvolvimento económico de Manteigas e da serra», destaca o autarca. Entretanto, o dinamismo deste setor já se traduz no crescimento do emprego e da economia local. No primeiro caso, o presidente da Câmara adianta que nos últimos anos tem havido um «recurso sistemático» ao programa de apoios do município à criação de postos de trabalho e acrescenta que estas unidades «já estão a empregar pessoas de outros concelhos». Há também novos estabelecimentos comerciais e «uma melhoria da qualidade» da restauração, refere o edil.
Esmeraldo Carvalinho revela, entretanto, que o município já aprovou a realização de um novo plano de pormenor para a zona do Skiparque, em Sameiro. O objetivo é dinamizar aquele equipamento para incluir alojamento e a prática de desportos de montanha, de natureza e radicais. «É um local que está subaproveitado que queremos tornar mais funcional para a atividade turística», justifica, estimando que aquele documento de planeamento possa estar pronto até ao final do primeiro trimestre de 2020.

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