A direção da AENEBEIRA – Associação Empresarial do Nordeste da Beira, presidida por Tomás Martins, demitiu-se em bloco devido ao avolumar de dívidas da instituição sediada em Trancoso.
Ao que tudo indica, Tomás Martins, que não foi possível contactar até ao fecho desta edição apesar das várias tentativas de O INTERIOR, terá também cessado funções como funcionário da associação empresarial. Em janeiro deste ano O INTERIOR já tinha noticiado que a AENEBEIRA estava a passar por dificuldades financeiras que originaram o recurso ao “lay-off” para quatro dos oito funcionários da instituição. Na altura alguns associados queixavam-se que a organização estava «paralisada» desde setembro e não conseguia prestar apoio aos sócios dos concelhos de Aguiar da Beira, Celorico da Beira, Guarda e Mêda.
No início do ano, Tomás Martins confirmou que a associação está a passar um mau bocado, mas que era «cíclico» a cada transição do quadro comunitário de apoio, sendo que desta vez está a ser «excessivamente longa». «É um constrangimento normal – que, de normal, não tem nada – e não era desejável. Por exemplo, nós fechamos o ano de 2022 com cerca de 172 mil euros pagos e submetidos a reembolsos e reembolso intermédio, e estamos a aguardar respostas», justificava o dirigente empresarial. Tomás Martins refere que os atrasos nestes programas comunitários causam «grandes constrangimentos» às associações porque são a «principal fonte de financiamento» para pagar salários e despesas de funcionamento.
Na altura, o presidente da AENEBEIRA alertava que a resposta dos serviços na análise de reembolsos e na abertura de candidaturas era «absolutamente insustentável e, portanto, isto é um problema de tesouraria que não é fácil gerir», mesmo numa organização que será a única associação empresarial da CIM Beiras e Serra da Estrela com estatuto de utilidade pública, sendo também uma entidade sem fins lucrativos.