A CP suprimiu esta semana três ligações Intercidades na Linha da Beira Alta, duas no sentido Lisboa-Guarda e uma no sentido Guarda-Lisboa, uma decisão que já foi contestada pela Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões, enquanto a Comunidade das Beiras e Serra da Estrela ainda não reagiu.
Para a CIM Viseu Dão Lafões esta redução dos Intercidades é «mais um ataque ao interior», pelo que manifesta o seu «repúdio por tal decisão, exigindo a reposição imediata dos horários suprimidos, mantendo em funcionamento a operação até aqui desenvolvida». O Conselho Intermunicipal refere, em comunicado, que a CP suprimiu as três ligações «a coberto da situação vivida pelo país, por força do surto pandémico de Covid-19», e «sem que antes tenha estabelecido qualquer tipo de diálogo com a CIM Viseu Dão Lafões, nem com os municípios seus associados».
«Não pode uma empresa, que até é paga com os impostos de todos os portugueses, tomar decisões que contribuem para o isolamento das populações e que colocam em causa a coesão social dos territórios», critica a CIM Viseu Dão Lafões.
Quem também já reagiu foram os deputados do CDS-PP João Pinho de Almeida e João Gonçalves Pereira, que, numa pergunta ao Ministro das Infraestruturas e Habitação, questionam «se é verdade que a decisão foi tomada sem qualquer consulta prévia, ou sem ter sido dado conhecimento, às entidades locais e regionais». Os centristas querem ainda saber se «a supressão das referidas ligações é uma situação transitória, em resposta à emergência sanitária que atravessamos, e se a justificação para esta decisão é técnica, de saúde pública, ou outra, e em qualquer dos casos, qual é essa justificação».
Numa resposta enviada à agência Lusa, a CP disse que «no cenário de retoma gradual da actividade económica do país», a empresa não repôs a oferta habitual «a 100 por cento» nesta ligação: «Assim, desde o passado dia 31 de maio, as ligações Lisboa-Guarda passaram a ser asseguradas por dois comboios Intercidades, por sentido. A CP vai manter diariamente a monitorização da procura destes serviços para introduzir eventuais alterações ou reforços de capacidade, sempre que a evolução da procura o justifique».