O tema da cisão na Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE) está de volta fechado que está o processo autárquico. O assunto foi novamente lançado pelo presidente reeleito da Câmara da Covilhã, para quem este é «o momento certo» para que os municípios de Belmonte, Covilhã e Fundão saiam da CIMBSE e sejam integrados na CIM da Beira Baixa.
Em declarações à agência Lusa, Vítor Pereira, que vai iniciar o terceiro e último mandato, afirma que «vai pugnar» para que essa desagregação se concretize e justifica que se deve aproveitar o início dos mandatos autárquicos e o período de transição de quadros comunitários de apoio para o fazer. «Esta minha posição já é pública e conhecida. Estamos numa comunidade onde muito estimamos os nossos parceiros, mas entendemos que – do ponto de vista de identidade, história e homogeneidade territorial – temos tudo e mais a ver com a Beira Baixa e muito menos com a esmagadora maioria dos municípios que compõem a CIMBSE», considerou o edil covilhanense.
O autarca socialista recordou também que que nunca concordou com o mapa escolhido para as comunidades intermunicipais e diz-se confiante que o processo será acompanhado pelos municípios do Fundão e Belmonte. «É um objetivo legítimo, racional e em defesa dos nossos concidadãos e dos nossos territórios e a bem da coesão territorial», sublinhou Vítor Pereira. O autarca e líder da Federação do PS de Castelo Branco acrescentou que também os autarcas de Vila de Rei e Sertã serão «sensibilizados» para que estes municípios, que atualmente fazem parte da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, também venham integrar a CIMBB, que se, isso acontecer, irá coincidir com o desenho do distrito de Castelo Branco.
Dias Rocha (PS) e Paulo Fernandes (PSD), autarcas reeleitos em Belmonte e Fundão, respetivamente, ainda não se pronunciaram sobre esta proposta, que, no caso da Covilhã, será submetida ao executivo e à Assembleia Municipal «o mais rápido possível». Vítor Pereira quer ainda aproveitar o momento para defender a revisão do modelo de organização das comunidades, que diz estar «esgotado», bem como as competências e atribuições destes órgãos intermunicipais. O funcionamento e o modo de eleição são outras situações a alterar, reclama o autarca covilhanense.
Confrontado com esta tomada de posição, Luís Tadeu, atual presidente da CIMBSE, escusou-se também a comentar. «Essa vontade não é propriamente novidade. É a Comunidade Intermunicipal no seu todo que terá que se pronunciar quando surgir efetivamente essa proposta», disse a O INTERIOR. O também autarca de Gouveia acrescentou que «é preciso as pessoas dizerem nos órgãos próprios aquilo que pretendem. De qualquer forma, não é certamente um processo de um dia para o outro, porque depende também de outras instâncias». De resto, Luís Tadeu disse tratar-se da «manifestação de vontade de um concelho, que só por si não representa a vontade dos demais e, portanto, tem que ser tratado no Conselho Executivo da CIMBSE e depois na Assembleia Intermunicipal. Vamos aguardar».
Recorde-se que a CIMBSE é constituída por 15 municípios, dos quais 12 pertencem ao distrito da Guarda (Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda, Gouveia, Manteigas, Meda, Pinhel, Seia, Sabugal e Trancoso) e três ao distrito de Castelo Branco (Belmonte, Covilhã e Fundão). Já CIMBB, uma das mais pequenas do país, integra os municípios de Castelo Branco, de Idanha-a-Nova, de Oleiros, de Penamacor, de Proença-a-Nova e de Vila Velha de Ródão.
Covilhã volta a ameaçar sair da CIMBSE
Vítor Pereira recuperou o tema da desagregação da Comunidade das Beiras e Serra da Estrela e quer que Belmonte e Fundão saiam com a Covilhã para a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa. Luís Tadeu, atual presidente da CIMBSE, espera para ver