Região

Concurso para linha ferroviária Pocinho-Barca d’Alva à espera das Finanças

Linha 2
Escrito por Efigénia Marques

O primeiro concurso para reativar a Linha do Douro até à fronteira será lançado ainda este mês. A ministra da Coesão Territorial acredita que o Ministério das Finanças vai autorizar, no prazo de 10 dias, a abertura do procedimento para elaboração do estudo prévio e do projeto de reativação da linha entre o Pocinho e Barca d’Alva.
«Está tudo preparado para que se possa abrir o procedimento do concurso até ao final de março. Aguardamos apenas uma autorização das Finanças», referiu a ministra, em declarações ao jornal online ECO, à margem da cerimónia sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, na segunda-feira na Alfândega do Porto. Com o lançamento deste concurso, a Associação Vale d’Ouro espera que «possa ser apresentado um calendário realista à região e que não diga que os comboios só chegarão a Barca d’Alva daqui a sete anos, o que não será aceitável».
Em outubro do ano passado, o então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno
Santos assegurava que «vamos até ao fim e explorar até ao fim o potencial desta grande região, das mais bonitas do mundo, explorar e aproveitar sempre com grande respeito ambiental este nosso diamante e com isso beneficiar toda a nossa população». Na altura, foram apresentados em Freixo de Espada à Cinta os estudos de viabilidade económica, técnica e ambiental da reativação daquele troço com 28 quilómetros, os quais concluíam pela sua viabilidade.
A ligação entre o Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) e Barca d’Alva (Figueira de Castelo Rodrigo), antes da fronteira espanhola, está fechada desde 1988. A reabertura desta linha tem sido reivindicada há muitos anos por autarcas e população. «Façamos pelo menos aquilo que depende de nós, sem nos estarmos sempre a desculpar porque os outros não vêm», acrescentou então o governante, numa alusão ao Governo espanhol.
O estudo de viabilidade económica da reabilitação da ligação ferroviária Pocinho/Barca d’Alva apontava para uma estimativa global de custos na ordem dos 75 milhões de euros, dos quais 60 milhões de euros serão destinados à obra de reabilitação, 3,5 milhões de euros para projetos e 11,2 milhões de euros para fiscalização e estaleiro.
O documento revelava ainda que os benefícios totais «são de 84,2 milhões de euros» e que o troço reaberto irá gerar «importantes impactos» no sector do turismo (hotelaria, restauração, transportes), permitindo mitigar a tendência de decréscimo da população residente. Estimava-se que a reabertura da linha irá beneficiar 22 municípios do Douro e da região Centro, com destaque para Figueira de Castelo Rodrigo e Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda. O estudo concluía também que a reativação desta ligação irá contribuir para a criação de mais de 400 novos postos de trabalho na região.

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Efigénia Marques

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