O Rating Municipal Português (RMP), que analisou a sustentabilidade dos municípios em 2018, classifica Celorico da Beira como o menos sustentável do país na 308ª posição. No fundo da lista estão também Fornos de Algodres, que ocupa o 301º lugar, e Figueira de Castelo Rodrigo em 297º.
De acordo com o RMP, Lisboa, Porto e Oeiras foram, em termos globais, os concelhos mais sustentáveis, apresentado métricas superiores no conjunto global das quatro dimensões avaliadas, relativas a governança, serviços ao cidadão, desenvolvimento económico e social e sustentabilidade financeira. Uma das conclusões deste estudo é que «a dimensão do município, medida pela sua população residente, é um determinante significativo do desempenho» e, neste sentido, os mais pequenos têm, «globalmente, maiores dificuldades de sustentabilidade». De um modo geral é possível observar que os municípios de pequena dimensão são os que têm pior desempenho em termos de sustentabilidade, enquanto os de grande e média dimensão têm tendência para ser mais sustentáveis.
É também destacada a importância da «integração regional», que constitui «uma importante influência no desempenho e na sustentabilidade» do município. Este facto resulta da «dinâmica das regiões e sub-regiões em Portugal que têm um impacto significativo em várias decisões de gestão», sendo ainda referido que «genericamente, ser do Norte e do Centro parece ser sinónimo de sustentabilidade». Outra conclusão do RMP é a deteção de «um maior nível de sustentabilidade nos municípios do “não interior”, comparativamente aos do interior». Segundo os autores, este facto «implica a velha questão de obrigatoriedade de políticas públicas para o desenvolvimento de concelhos do interior», em especial investimentos e incentivos financeiros «para a fixação e atração das populações».
O RMP relativo a 2018 – uma tese de doutoramento do economista e ex-autarca Paulo Caldas – foi apresentado esta semana em Lisboa, com o apoio da Ordem dos Economistas. Trata-se de um modelo integrado que avalia metricamente os municípios, analisando 25 indicadores que se dividem nas quatro dimensões referidas. Estas dimensões, e respetivos critérios de classificação, foram estabelecidos e ponderados em colaboração com entidades como o Tribunal de Contas, a Direção-Geral das Autarquias Locais, a Associação Nacional dos Municípios Portugueses e a Inspeção-Geral de Finanças. Dos 308 municípios portugueses, 185 são considerados pequenos, possuindo menos de 20 mil habitantes. 99 concelhos são de média dimensão (entre 20 mil e 100 mil habitantes) e 24 são de grande dimensão, tendo mais de 100 mil habitantes.
Trancoso é o mais sustentável das Beiras e Serra da Estrela
A Guarda ocupa a 110ª posição do RMP fruto do 49º lugar no critério da eficiência da Câmara Municipal, do 40º posto no desenvolvimento económico e social, do 149º na governança e do 261º em termos de sustentabilidade financeira.
A Covilhã está pior classificada, encontrando-se no 234º lugar do ranking global, sendo 133º na eficiência da Câmara Municipal, 165º na governança, 170º no desenvolvimento económico e social e 273º na sustentabilidade financeira. Na 249ª posição encontra-se o Fundão por causa do 89º lugar na governança, do 96º na eficiência da Câmara Municipal, do 207º no desenvolvimento económico e social e 288º na sustentabilidade financeira. Pelo contrário, o município de Trancoso é o mais sustentável das Beiras e Serra da Estrela, ocupando o 72º lugar do ranking global, seguido de Gouveia (87º). São os dois únicos concelhos da região que integram o top 100 do RPM. Acima dessa posição encontram-se Aguiar da Beira (123º), Almeida (132º), Vila Nova de Foz Côa (143º), Sabugal (146º), Manteigas (153º), Pinhel (160º), Mêda (170º) e Belmonte (273º). Já Castelo Branco é 33º a nível nacional.