Região

Associação lembra passagem da fronteira “a salto” em Vilar Formoso

Escrito por Jornal O Interior

A Associação de Exilados Políticos Portugueses vai organizar este fim de semana em Vilar Formoso (Almeida) umas jornadas socioculturais em torno da passagem da fronteira “a salto” por milhares de portugueses durante a ditadura e a guerra colonial.
Para sábado está previsto um colóquio em que participam os historiadores Irene Pimentel e Pacheco Pereira, bem como a ex-eurodeputada Ana Gomes, sendo ainda exibido o filme “O Trilho do Poço Velho”, de Luís Godinho, e apresentado um livro sobre a temática. No domingo terá lugar a marcação e o percurso de um dos antigos trilhos do “salto” (trilho do cruzeiro) até à localidade espanhola de Fuentes de Onõro e a colocação, na zona da alfândega de Vilar Formoso, de uma placa alusiva à passagem “a salto” da fronteira. Segundo o presidente da Associação de Exilados Políticos Portugueses (AEP61-74), Fernando Cardoso, a ideia desta iniciativa surgiu no decurso de um projeto intitulado “Os Trilhos do Salto”, que tem como objetivo «produzir pequenos documentários sobre as cinco ou seis zonas de passagem de fronteira» que os exilados utilizavam durante a ditadura.
Nessa altura, o “salto” era realizado essencialmente de dois modos: «Ou através de um passador ao qual se pagava uma quantia (na época cinco ou 7.000 escudos) e que conduzia um grupo até Paris, por exemplo, ou dava, após a passagem da fronteira entre Portugal e Espanha, indicações concretas de como chegar a França. Ou os “saltadores” poderiam utilizar umas das redes de passagem já organizadas quer pelo PCP, quer pela extrema-esquerda», recorda o responsável. A atividade tem o apoio da Câmara de Almeida, da Junta de Freguesia de Vilar Formoso e do Ayuntamiento de Fuentes de Oñoro (Espanha).

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