Foi infrutífera a Assembleia-Geral (AG) eleitoral da AENEBEIRA – Associação Empresarial do Nordeste da Beira realizada na semana passada, uma vez que não foram apresentadas listas aos órgãos sociais.
A instituição está sem direção desde setembro na sequência da demissão de Tomás Martins. Falhada uma tentativa, foi marcada uma Assembleia restrita, com os elementos dos três órgãos que se mantêm em funções para a formação de uma lista, mas também esta possibilidade contemplada nos estatutos da Associação Empresarial sediada em Trancoso não teve efeito. Cabe agora ao presidente da mesa da AG marcar nova reunião deste órgão, que deverá acontecer em dezembro. Ao que tudo indica, nas próximas semanas deverá ser formalizada uma lista «de consenso» e que está a ser organizada por «alguns empresários» de Trancoso e da região, apurou O INTERIOR. Estas movimentações estão também a ser impulsionadas pela autarquia local, que quer evitar o encerramento de uma organização que tem tido «um papel fundamental no apoio às empresas e ao comércio de Trancoso e dos concelhos vizinhos», disse fonte do município.
As eleições deverão ocorrer depois do Natal, mantendo-se em funções de gestão corrente a direção demissionária até à tomada de posse dos novos órgãos sociais. A direção presidida por Tomás Martins, que também era funcionário da AENEBEIRA, demitiu-se em bloco devido ao avolumar de dívidas da instituição. Em janeiro deste ano O INTERIOR já tinha noticiado que a Associação Empresarial estava a passar por dificuldades financeiras que originaram o recurso ao “lay-off” para quatro dos oito funcionários da instituição. Na altura alguns associados queixavam-se que a organização estava «paralisada» desde setembro e não conseguia prestar apoio aos sócios dos concelhos de Aguiar da Beira, Celorico da Beira, Guarda e Mêda.
No início do ano, Tomás Martins confirmou que a associação está a passar um mau bocado, mas que era «cíclico» a cada transição do quadro comunitário de apoio, sendo que desta vez está a ser «excessivamente longa». «É um constrangimento normal – que, de normal, não tem nada – e não era desejável. Por exemplo, nós fechamos o ano de 2022 com cerca de 172 mil euros pagos e submetidos a reembolsos e reembolso intermédio, e estamos a aguardar respostas», justificava o dirigente empresarial.
Tomás Martins referiu também que os atrasos nestes programas comunitários causam «grandes constrangimentos» às associações porque são a «principal fonte de financiamento» para pagar salários e despesas de funcionamento.
O presidente da AENEBEIRA alertava ainda que a resposta dos serviços na análise de reembolsos e na abertura de candidaturas era «absolutamente insustentável e, portanto, isto é um problema de tesouraria que não é fácil gerir», mesmo numa organização que será a única associação empresarial da CIM Beiras e Serra da Estrela com estatuto de utilidade pública, sendo também uma entidade sem fins lucrativos.
AENEBEIRA sem candidatos aos órgãos sociais
Após duas assembleias sem listas, um grupo de empresários está a movimentar-se para apresentar candidatura «de consenso»