Região

28 associações cívicas e ambientais exigem conhecimento público do Plano de Revitalização da Serra da Estrela

Dsc 0482
Escrito por Sofia Pereira

28 associações cívicas e ambientais publicaram uma carta aberta, a denunciar a falta de participação efetiva e de transparência no processo de elaboração do Plano de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela.

Na carta, as associações solicitam acesso ao Plano aprovado e denunciam várias falhas no processo de elaboração. Manuel Franco, presidente da Associação Guardiões da Serra da Estrela, explica que com o documento «demonstramos o descontentamento pela forma como o processo foi e está a ser gerido. Não há um conhecimento público da versão aprovada e exigimos o acesso ao documento para que, de uma forma construtiva, possamos criticar e justificar o que deveria ser diferente».

O presidente da Associação acrescenta que algumas associações da região tiveram participação «no início do projeto», mas conta que atualmente «nenhuma tem conhecimento de qual foi o programa aprovado e de quais as medidas que estão no documento».

Manuel Franco, fala por todas as associações da região da Serra da Estrela e desabafa que «esperávamos outras áreas de intervenção e outra filosofia de intervenção que assumisse, de uma vez por todas, a origem do problema, ou seja, a falta de gestão para a conservação do território do Parque Natural». Mas depois de aprovado o Plano de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela, Manuel Franco vê «mais um conjunto de obras avulsas, que em nada se preocupam com a regeneração, resiliência ou conservação daquele que é um dos mais importantes Parques Naturais do país».

De recordar que o Conselho de Ministros aprovou no inicio do mês o Programa de Revitalização do Parque Nacional da Serra da Estrela (PRPNSE) com uma dotação de 155 milhões de euros. O documento surge na sequência dos incêndios florestais do verão de 2022, que consumiram mais de 30 mil hectares do Parque Natural da Serra da Estrela, um quarto da sua área total.

O programa é financiado por fundos nacionais e europeus. «O PRPNSE surge na sequência dos incêndios florestais do verão de 2022, que consumiram mais de 30 mil hectares do Parque Natural da Serra da Estrela, um quarto da sua área total, provocando uma calamidade ambiental, económica e social que afetou as populações dos municípios do território», adianta o Governo. As medidas vão apoiar «a recuperação de aldeias e a construção de edifícios mais resilientes ao fogo; requalificar infraestruturas e equipamentos afetados; estabelecer uma rede de percursos pedestres e praias fluviais; construção da Barragem das Cortes e elaboração do projeto da Barragem da Senhora De Assedasse; criação de Zonas Económicas Especiais e área de acolhimento empresarial»

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Sofia Pereira

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