Região

2,5 milhões de euros para investigar no Vale do Côa

Escrito por Jornal O Interior

Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, anunciou criação do prémio de investigação Vale do Côa International Research Award na sexta-feira

O Festival de Ciência Viva do Vale Côa, que decorreu em Vila Nova de Foz Côa na sexta e sábado, assinalou a integração do Museu do Côa na Rede de Centros de Ciência Viva.
Durante a cerimónia realizada no museu foi anunciada a criação do prémio Vale do Côa International Research Award. Trata-se de um prémio científico criado para «atrair investigadores de todo o mundo de forma a trabalharem com equipas de instituições portuguesas sobre o Vale do Côa», adiantou Manuel Heitor. O prémio será disponibilizado a partir de abril e terá um valor de 2,5 milhões de euros, que serão utilizados em projectos científicos a desenvolver no Vale do Côa durante os próximos três anos. «Vamos abrir o primeiro concurso e depois, consoante o número e qualidade de candidaturas, poderá passar a ser um prémio bianual», acrescentou o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. O objetivo deste galardão é não só atrair investigadores de outros países para o estudo no contexto do Vale do Côa, mas ser também uma forma de valorizar o património deste local através do conhecimento e atividade científica.
Neste âmbito, Rosalia Vargas, presidente da Ciência Viva, sublinhou o facto da Rede de Centros Ciência Viva, que conta atualmente 20 espaços em todo o país, «possibilitar fazer turismo científico e de conhecimento em todo o país de forma ativa e inclusiva», valorizando os espaços culturais onde estas unidades se incluem. Para o presidente da Fundação Côa Parque, a abertura deste centro é «uma grande novidade para o Vale do Côa», pois permitirá «combater a sazonalidade dos fluxos turísticos, com a visitação da comunidade escolar, assumindo-se o museu como local de passagem de conhecimento científico». Bruno Navarro revelou que também vai ser criada uma “Quinta de Ciência Viva” para promover junto da comunidade escolar de Figueira de Castelo Rodrigo, Vila Nova de Foz Côa, Meda e Pinhel a produção de azeite e de amêndoa.
Por sua vez, o presidente da Câmara de Foz Côa, Gustavo Duarte, revelou que a instalação de um Centro Ciência Viva no Museu do Côa «é a concretização de um sonho que tenho desde a minha primeira candidatura à autarquia, mas que não tinha ainda sido possível concretizar por diversas razões». O autarca também elogiou a criação do prémio científico ao considerar que «também vai com certeza valorizar esta zona a nível académico e atrair importantes investigadores». Gustavo Duarte disse acreditar que estas medidas irão contribuir para o crescimento do turismo na região. «O nosso posto de turismo tem transmitido um “feedback” bastante positivo quanto ao aumento de visitantes no último ano e acredito que, a curto prazo e com todos os novos projetos que estão em marcha, poderemos duplicar o número de visitas a Foz Côa», sublinhou o edil fozcoense.
Para marcar o momento decorreu na Praça do Município o Festival Ciência Viva do Vale do Côa, uma iniciativa conjunta da Rede de Centros Ciência Viva, Fundação Côa Parque e Câmara de Vila Nova de Foz Côa. A atividade teve como público-alvo os alunos das escolas da região, tendo contado com a presença de mais de 400 estudantes na sexta-feira. O festival incluía bancas com experiências científicas, oficinas e a possibilidade de conversar com investigadores de várias instituições da região, nomeadamente da Universidade da Beira Interior e do Instituto Politécnico da Guarda. Entre os participantes houve também expositores com produtos locais.

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