Política

PSD responsabiliza Governo pelo desinvestimento na saúde na Guarda

Escrito por Jornal O Interior

Carlos Peixoto acusou Ana Mendes Godinho de «um dia ser secretária de Estado do Turismo, que anuncia estudos e projetos, e no outro candidata do PS, numa promiscuidade muito característica dos socialistas»

O Governo do «faz de conta» foi o alvo principal das críticas dos sociais-democratas na apresentação da lista do PSD às legislativas pela Guarda. Num café-concerto do TMG a meio gás, só a presença de Álvaro Amaro animou a plateia, já que o atual eurodeputado foi muito aplaudido e abraçado, mas não discursou nem prestou declarações aos jornalistas.
A sessão começou com Tiago Gonçalves, líder da concelhia e número cinco da lista, a dizer que estes foram «quatro anos perdidos» fruto da «enorme degradação» dos serviços públicos, nomeadamente na saúde, e dos níveis «mais baixos de sempre» do investimento público. «Isto bastaria para não votar no PS», admitiu o também deputado municipal, contrapondo as razões para votar no PSD, nomeadamente o «verdadeiro programa de incentivos à natalidade, com majorações para o interior» ou a redução do IVA «de 23 para 16 por cento» na fatura da luz e do gás. Seguiu-se José Valbom. O médico independente é mandatário distrital da candidatura e começou por avisar: «Se o PSD perder estas eleições, quem perde é o país», afirmou, constatando que, apesar de «tudo ter ajudado» o Governo de António Costa, «da baixa dos juros ao crescimento do turismo», os socialistas foram responsáveis pela «degradação dos serviços públicos», pelas cativações e pela distribuição «desigual de recursos e investimentos».
Para «dar a volta a isto», José Valbom não tem dúvidas que é preciso «arranjar um estadista» como Rui Rio, que é «muito menos especialista na arte circense e tem como desígnio o crescimento económico». Além disso, «é um homem de contas certas, de contas à moda do Porto», acrescentou, citando Miguel Torga para dizer que essa designação significa que «cada qual é responsável e solvente». Já António Costa é visto como o homem da «propaganda e do “show-off”». O último orador da tarde foi Carlos Peixoto. O cabeça de lista e líder da distrital sublinhou que os candidatos sociais-democratas são «de cá» e continuarão por cá depois das eleições, tendo acusado Ana Mendes Godinho de «um dia ser secretária de Estado do Turismo, que anuncia estudos e projetos, e no outro candidata do PS, numa promiscuidade muito característica dos socialistas».
O recandidato – está na Assembleia da República desde 2009 – disse que o Governo é «do faz de conta» e responsabilizou-o pela «degradação» da saúde no distrito, bem como pelo desinvestimento. «Em 2014 o Governo do PSD/CDS investiu no Hospital Sousa Martins mais de 50 milhões de euros. Em 2018, o atual executivo socialista libertou apenas 1,2 milhões de euros», afirmou, alertando que, «até 2030, o distrito não tem um projeto estruturante» entre as prioridades do Governo de António Costa. Carlos Peixoto desfez-se também em elogios ao líder Rui Rio e a Álvaro Amaro, que disse ter sido «maltratado» pela imprensa. «Sei que o princípio da inocência está dentro de si», sublinhou. A terminar, prometeu enviar pelo correio o programa eleitoral da candidatura, onde, entre outras, há propostas de políticas fiscais «positivamente discriminatórias» para o distrito, a deslocalização de serviços públicos «quando possível», a redefinição da rede de ensino superior na região e o investimento na área da saúde. Além de Carlos Peixoto, concorrem Carlos Condesso (Figueira de Castelo Rodrigo), a independente Sara Campos (Seia), Sílvia Nabais (Sabugal), Tiago Gonçalves (Guarda) e Nazaré Ribeiro (Almeida).

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