A cinco meses das autárquicas, o PSD já concluiu a escolha dos seus cabeças de lista às 14 autarquias do distrito da Guarda, enquanto no PS o processo está «em fase de conclusão». Contudo, as duas estruturas distritais têm alguns problemas para resolver.
Contactado por O INTERIOR, Alexandre Lote, presidente da Federação do PS da Guarda, garante os nomes dos candidatos serão «ratificados brevemente» em reunião da Comissão Política Distrital. «O PS fará o anúncio dos(as) seus candidato(as) no “timing” que for definido entre as estruturas concelhias, federativa e nacional», acrescenta o dirigente, que, no caso da Guarda, apenas confirma ter sido convidado Luís Couto, diretor do estabelecimento prisional da cidade. «Ainda aguardamos a resposta a esse convite», adianta o também vice-presidente da Câmara de Fornos de Algodres. Mais contestada tem sido a escolha dos candidatos em Vila Nova de Foz Côa e em Seia.
No concelho duriense, o atual vereador Jorge Liça, proposto pela concelhia, foi preterido a favor de Vítor Sobral, ex-vice-presidente do município, numa decisão do Secretariado da Federação. «A Comissão Política Distrital deverá ratificar dentro em breve essa opção», disse Alexandre Lote. Na altura, a justificação apresentada pelo líder federativo era que o antigo vereador no mandato de Emílio Mesquita, entre 2005 e 2009, conta com o apoio da maioria dos presidentes de Junta eleitos pelo PS há quatro anos e dos militantes de Foz Côa. Entretanto, a secção local continua a insistir na candidatura de Jorge Liça e acusou a Alexandre Lote de «lesar fortemente a estratégia política concelhia» com uma atitude que tem «consequências imediatas em termos de danos eleitorais no PS de Foz Côa e apenas dá vantagem aos outros partidos».
Outro problema verifica-se em Seia, onde os militantes escolheram Luciano Ribeiro, atual vice-presidente de Carlos Filipe Camelo, em eleições diretas. O candidato derrotado, Eduardo Ambrósio, queixou-se da viciação da votação e desvinculou-se do partido, podendo integrar uma candidatura independente. Esta saída de um militante histórico não merece «qualquer comentário» do dirigente federativo, para quem Luciano Ribeiro vai liderar «uma equipa e um projeto forte que honrará o legado dos nossos anteriores presidentes de Câmara, Eduardo Brito e Carlos Filipe Camelo».
PSD recupera autarcas históricos na Mêda e Aguiar da Beira
Com a confirmação de João Mourato na Mêda e de Fernando Andrade em Aguiar da Beira, o PSD fechou o dossier dos cabeças de lista sem grandes sobressaltos, além do surpreendente regresso de dois autarcas históricos do partido no distrito. Na semana passada, José Silvano, secretário-geral do PSD, anunciou também a candidatura de Joaquina Rodrigues em Fornos de Algodres e de Luís Caetano em Seia.
Para Carlos Condesso, líder distrital, a escolha de João Mourato e Fernando Andrade, dois «excelentes autarcas», vem na sequência de uma «grande auscultação» às populações daqueles concelhos e do aval das respetivas concelhias. «Acima de tudo, são dois autarcas que, além de competentíssimos, têm uma larga experiência na gestão municipal, com provas dadas e muita obra feita», sublinha o dirigente, segundo o qual a Mêda e Aguiar da Beira «prosperaram quando eles foram presidentes». E o que os levou a aceitar recandidatarem terá sido o facto de «verem nestes últimos anos os seus concelhos numa trajetória menos positiva em termos de desenvolvimento», acrescenta. Tal como o PS, a opção social-democrata em Seia também tem sido contestada, com a Distrital a ser acusada de impor um candidato, Luís Caetano, o que levou à demissão dos dirigentes da secção local. Carlos Condesso tem uma opinião diferente e garante que a escolha
foi «pacífica e de consenso generalizado», tanto mais que a concelhia local terá tido «enorme dificuldade» em encontrar um candidato.
«Em face disto, e porque os prazos impostos pela Comissão Política Nacional estavam a terminar, teve de ser a Distrital a encetar várias diligências e auscultar vários militantes e forças vivas de Seia, acabando por haver um nome bastante consensual e uma grande vontade para que o Prof. Luís Caetano fosse o candidato. A Assembleia de Secção já aprovou o seu nome e a Distrital mais não fez do que aprovar, por unanimidade, esta candidatura», afirma. Já na Guarda, Carlos Condesso espera que Sérgio Costa «respeite e acate a superior decisão» da CPN e do presidente do partido. «Se até ao momento não tomou nenhuma decisão, continuando à frente da concelhia, seria uma enorme irresponsabilidade e deslealdade para com o PSD não respeitar a escolha de Carlos Chaves Monteiro. É o mínimo que é exigido a um presidente de concelhia», considera, garantindo que o partido está unido em torno do atual presidente da Câmara.
Quanto a coligações com o CDS-PP, o presidente da Distrital confirma haver até ao momento dois concelhos em que sociais-democratas e centristas vão concorrem juntos. São eles Fornos de Algodres e Trancoso, onde as respetivas concelhias manifestaram essa vontade. «Já reunimos com a Distrital do CDS, que se demitiu, entretanto, pelo que vamos continuar o diálogo com o nosso parceiro natural de coligação quando tiver uma nova Distrital eleita». No caso da Mêda, o assunto foi tratado pelas duas Comissões Políticas Nacionais, que concluíram que «os dois partidos deviam ter candidatos próprios. Essa também era a vontade da concelhia do PSD da Mêda, que foi respeitada pela Distrital», esclarece Carlos Condesso.