Política

Candidatos à liderança do PS passaram pela Guarda

Ps
Escrito por Carlos Gomes

As eleições diretas para Secretário-Geral do partido realizam-se
a 15 e 16 de dezembro

Dois dos três candidatos à liderança do PS passaram pela Guarda para sessões de esclarecimento com militantes e simpatizantes do partido, que escolhe o novo líder nos próximos dias 15 e 16 na sequência da saída de António Costa.
No sábado, Pedro Nuno Santos, que, na Guarda, tem o apoio da maioria dos dirigentes locais do partido e também de autarcas, escolheu como principais alvos o PSD e o seu líder Luís Montenegro. «O meu adversário não é José Luís Carneiro», disse, sublinhando que os dirigentes sociais-democratas «não entenderam nada daquilo que aconteceu e continuam a não entender, porque a política orçamental e económica deles é hoje a mesma que era naqueles anos em que eram Governo». O antigo ministro das Infraestruturas sublinhou que «atualmente, com a pressão eleitoral, fazem promessas novas ao eleitorado que mais maltrataram em toda a sua história, os pensionistas, e que são o contrário daquilo que sempre fizeram».
Pedro Nuno Santos lembrou que Luís Montenegro «disse ser possível aumentar as pensões, exatamente aquilo que Pedro Passos Coelho tinha dito em 2011, e que não vai ser preciso cortar pensões nem salários, mas estamos todos recordados que a primeira coisa que fizeram depois de ganhar as eleições foi cortar salários e pensões. Não satisfeitos com isso, tentaram com que esses cortes fossem permanentes, mas não conseguiram porque o Tribunal Constitucional chumbou essa tentativa». O candidato à liderança do PS afirmou ainda que nos últimos oito anos «deixámos a lei de atualização das pensões funcionar e em nenhum desses anos pudemos contar com o voto do PSD».
Sobre a região, Pedro Nuno Santos disse que é importante olhar para o território nacional «como um todo e aproveitá-lo na sua plenitude» e, relativamente à interioridade, interrogou-se «que país é este que quer ser rico e desenvolver-se, mas deixa ao abandono mais de 70 por cento do território. Portugal só será verdadeiramente um país desenvolvido se for capaz de aproveitar na plenitude o seu território». Na segunda-feira foi a vez de José Luís Carneiro vir falar com os militantes e simpatizantes da Guarda, numa sessão realizada no café-concerto do Teatro Municipal da Guarda. Perante uma sala cheia, o candidato a secretário-geral afirmou que «só ganhamos as eleições se formos capazes de adotar uma atitude e propostas políticas que correspondam à maioria dos interesses da população».
«Os portugueses querem previsibilidade, estabilidade e querem confiar no futuro do país», declarou, lembrando aos presentes que «não há donos dos votos. Cada militante, um voto! Posso garantir-vos uma candidatura livre, sem compromissos seja com quem for, para no momento oportuno decidir em função do interesse do PS, mas sobretudo do país». O ainda ministro da Administração Interna defendeu ser necessário «promover o desenvolvimento dos territórios do interior» para que exista uma «sociedade aberta com uma economia competitiva», e aproveitou para recordar que vai «cumprir uma orientação política que vinha de trás no que tem a ver com a deslocalização da Unidade de Emergência Proteção e Socorro da GNR para a Guarda. Será um fator de desenvolvimento importante desta região». O candidato a secretário-geral do PS acrescentou também que esteve na Guarda «sempre» que foi chamado, seja enquanto secretário-geral adjunto ou secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
Na cidade mais alta fez questão de sublinhar que a sua moção tem «uma resposta concreta para os territórios de baixa densidade» ao pretender retomar «uma prática» de António Guterres quando foi primeiro-ministro «São os Pactos de Desenvolvimento Territorial. Aquilo que propomos são os contratos de desenvolvimento territorial – que permitem identificar as necessidades dos territórios e estabelecer uma estratégia de desenvolvimento. Podem ser infraestruturas físicas, acessibilidades, equipamentos desportivos, culturais, recreativos ou económicos, mas também se pode tratar da formação e capacitação da população ativa ou de reconversão profissional», adiantou. Daniel Adrião é o terceiro candidato às diretas marcadas para o fim-de-semana de 15 e 16 de dezembro.

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