Uma história de ausências durante oito anos

Escrito por Diogo Cabrita

“A forma como se gere o lixo envolve as autarquias mais que o Governo, mas obrigaria a uma ação ministerial e da Agência para o Ambiente. Há oito anos que saiu Passos Coelho e o pagamento por tonelagem em aterro continua a ser o padrão-moeda para o lixo. “

A forma como se gere o lixo envolve as autarquias mais que o Governo, mas obrigaria a uma ação ministerial e da Agência para o Ambiente. Há oito anos que saiu Passos Coelho e o pagamento por tonelagem em aterro continua a ser o padrão-moeda para o lixo.
Não houve aposta na reciclagem, na redução de consumos, na educação para uma política de recolha mais elaborada. As autarquias ganham muito mais em levar para aterro do que em reciclar. A ideologia diz que o lixo não pode estar com os privados, não pode ser gerido por empresas que revolucionariam este assunto. A realidade mostra que o Continente e o Pingo Doce têm feito mais que o Governo para reduzir desperdícios. O Governo elabora discursos pouco razoáveis, ideologia anti pasta de papel e antiplástico esquecendo as consequências de medidas específicas ou a indicação para melhores práticas. O plástico permitiu embalar líquidos que hoje chegam ao consumo do cliente e de outro modo era impossível lá estarem. Substitui algumas embalagens o uso de tetra bricks, mas não permite tudo. O sangue ainda não pode ir no pacote, mas vai no saco plástico. Os sabões líquidos, os shampoos, os detergentes circulam em plásticos e não se podem trocar por papel.
Por sua vez o papel carece de madeiras como eucalipto, ou cânhamo, e se não tivermos madeiras apropriadas não temos papel sem o importar de lugares com mais produção e menos ideologia. A globalização da poluição é ser aqui extremamente sustentável, mas pagar a outros para não o serem. Já dei o exemplo das centrais do Pego e Sines que nos custaram em eletricidade seis mil milhões em 2022, com a «vantagem sustentável» de importar a mesma energia de carvão, mas agora das centrais espanholas na nossa fronteira. Os demagogos ditos de esquerda não param de nos surpreender e delapidar os impostos.
Outra ausência é o tema do aeroporto de Lisboa. Um dia assisti a uma conferência onde surgiam as imagens satélite das pistas de Portugal. Parecia que a forma não oval da Portela condicionava muito as aterragens e descolagens. Faro parecia ser o melhor dos aeroportos deste ponto de vista. As variáveis envolvidas estavam nas gares, nos horários desfasados, na circulação dos aviões em pista. Um manancial de soluções podia remediar com rapidez os constrangimentos de Lisboa. Por outro lado, a decisão de um novo aeroporto é uma história peculiar pois há inúmeros aeroportos e aeródromos (ver CAVOK.pt), sendo alguns de sucesso e outros não.
O parque aeronáutico de Évora da Embraer parece um êxito. Beja parece um fantasma. Vistos do ar Figueira dos Cavaleiros LPFC, Leiria LPJF, Amendoeira LPMN, e muitos outros podem ser equacionados pelas zonas de pouca densidade populacional que os envolvem. Como o Montijo, são pré-existências que não se pode dizer que condicionam a biodiversidade. Mas toda esta inércia deve ser culpa de Passos Coelho, do governo PSD que já caiu em 2015.

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Diogo Cabrita

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