PS ganha e direita sofre derrota histórica

No distrito da Guarda, PS ganha e PSD perde deputado

Como previsto, o Partido Socialista venceu as eleições legislativas de 2019. Numa noite mais longa que o previsto, nomeadamente pela eleição de deputados de pequenos partidos.  

No país, vemos como Santana Lopes sai da política pela porta pequena, Assunção Cristas assume a enorme derrota do CDS e Rui Rio tem de ser responsabilizado pela maior derrota do PSD em Legislativas (um resultado similar ao de Santana Lopes em 2005). O mapa do país passou a ser cor-de-rosa e apenas quatro distritos do continente mantiveram o laranja como a cor preferida: Bragança, Vila Real, Viseu e Leiria. 

Na região, o PS também ganhou ainda que haja alguns resquícios de triunfalismo laranja em alguns concelhos. O PS teve uma enorme vitória no distrito de Castelo Branco. E teve uma grande vitória no distrito da Guarda, com a eleição de dois deputados, Ana Mandes Godinho e Santinho Pacheco e o PSD perdeu um deputado (nas anteriores eleições a Guarda elegia quatro), elegendo pela quarta vez Carlos Peixoto – se não à termo de comparação com as eleições de 2015, em que PSD e CDS concorreram coligados, convém recordar que em 2011, o PSD ganhou no país e ganhou no distrito da Guarda com mais de 43 mil votos (em 2015 a PAF teve 39 mil, agora PSD teve 26 mil e o CDS não conseguiu mais de 3.823). Em quatro anos, no distrito da Guarda, a direita perdeu 10 mil votos e em relação a 2011 perdeu 13 mil votantes). O Bloco de Esquerda é a terceira força política no distrito com 7,8 por cento.

Os partidos tradicionais têm de se renovar, mas o PSD e o CDS são os que mais sofrem com a fuga dos mais jovens, dos mais instruídos e dos mais cosmopolitas – se o PSD e o CDS não querem ser remetidos a um protagonismo exclusivo no mundo rural terão de mudar muito.

No momento em que ainda não se conhecem os resultados finais, o PS está muito perto da maioria absoluta, o PAN cresce e até o Livre poderá eleger deputado.

Em síntese, e para além do descalabro da direita, o PS não vai ficar dependente da “geringonça” pois, mesmo que não tenha maioria, poderá governar com o apoio de outros deputados de esquerda ou do PAN.

Sobre o autor

Luís Baptista-Martins

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