O primeiro Partido Socialista data de 1875 e tem na sua fundação José Fontana, Antero de Quental e Azedo Gneco. Tinha uma forte componente republicana, passou por diversas fases, foi quase engolido na 1ª República e o golpe de 28 de maio de 1926 inviabilizou-o de continuar.
A partir daí houve inúmeras tentativas de restaurar o PS, mas foi pela mão de Mário Soares, Manuel Tito de Morais e Francisco Ramos da Costa que surge em 1964 a Ação Socialista para, em abril de 1973, esta associação se transformar no atual Partido Socialista.
Na declaração de princípios afirmava-se, entre outras coisas, a defesa do socialismo em liberdade, uma sociedade sem classes e o marxismo como filosofia de inspiração, sendo herdeiro das velhas ideologias republicanas, defensor de um regime progressista e vincadamente democrático, aceitando a revolução educacional, o princípio de separação entre o Estado e a Igreja, os símbolos, a soberania nacional e a divisão tripartida dos poderes.
O PS foi o herdeiro da Res (coisa) Pública (património comum), onde os interesses particulares não se deviam sobrepor aos interesses coletivos, tendo como projetos a equidade, o laicismo, a legitimidade democrática, assumindo o princípio republicano como trave mestre de toda a estrutura do Estado.
Ao PS deve-se a defesa da democracia e liberdade. A dimensão social do Estado. Provavelmente sem o PS a nossa história contemporânea teria sido muito diferente. O PS tem reconhecimento mundial. É membro da Internacional Socialista. Tem filiação no Partido Socialista Europeu. Faz parte do Grupo Parlamentar Socialista no Parlamento Europeu, onde também estão sentados os verdadeiros sociais-democratas.
E é por toda esta cadeia de razões que no tratamento da coisa pública tem de estar permanentemente presente a ética, a moral, a seriedade, a descrição, excluindo, em definitivo, a demagogia, a propaganda, onde todos os protagonistas são obrigados a assumirem posturas vincadamente pautadas pelo rigor, imparcialidade, pluralismo, abolição de privilégios, para si e para os seus, se calhar a começar pelos menos racionais, numa transparência que não é necessário consignar em lei. É tempo de mudarmos radicalmente a nossa forma de estar neste recanto onde a crítica se torna tantas vezes viperina mesmo percebendo a mentalidade romana do sul da Europa e, como diz o povo, “o que está à vista não precisa de candeia”.
Tudo o resto, é apenas ruído, encaixa nas tais “fake news” e numa propaganda despudorada digna de uma tal Leni Riefenstahl. Essa parte pode ser interessante para alguns “talk-shows” e como tema de conversa de café, mas que não é lá muito bonito e sério, lá isso não é…