Moussa Marega

Escrito por Diogo Cabrita

Ficará para a história do futebol português. Podia ter sido um dia histórico na Europa se todos os jogadores negros abandonassem o relvado, fossem do Guimarães ou do Porto. Os reguladores estão em silêncio há décadas no futebol português. Essencial é erradicar a violência (não só no futebol) e também o racismo (não só do futebol). Moussa saiu irritado e farto. Jugou no Guimarães e joga agora no Porto. O ataque de que foi vítima não se destinava “aos pretos”, havia muitos no campo, mas era uma provocação usando contexto racista contra “aquele preto específico”. Já vi coisas parecidas antes. Já vi estúpidos gritarem “preto!” ao benjamim que na outra equipa chocou com o seu filho. São crianças, Senhor! O que acontece em Guimarães é muito do que é estúpido na sociedade: 1– o efeito de manada, 2– a força dos inocentes que pactuam com o abaixo-assinado que não leram, 3– a leveza com que se segue o grupo, 4– o fanatismo das hostes do futebol, 5– a redutora cultura que nos leva apenas a anedotas, futebol e bitaites. Moussa Marega já não é jogador, é uma bandeira. Ele é a vontade de mudar a história das claques, onde há centenas de pretos que gritam cânticos racistas – hilariante toleima –, onde há ocupação de espaço de lazer por parvos armados e carregando contenda. Todos os que chamam monhé a António Costa têm sua dose de racismo. Eu sou monhé! E se sou neto de indianos por sangue hoje sou Moussa por convicção. Se fosse preto e estivesse naquele campo tinha saído contigo! Resta filmar, identificar e exercer as coimas devidas a todos estes parvos. Depois há que acabar com as claques. Depois há que erradicar do futebol pais, jogadores, treinadores, dirigentes e comentadores que se excedam.

Sobre o autor

Diogo Cabrita

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