Líquidos

Escrito por Diogo Cabrita

“De facto, não temos por hábito viver referenciando o que pagamos a coisas que dizemos caras, mas é frequente pagarmos fortunas por desnecessidades sem pestanejar.”

Cumpre-me informar-te que és vítima de muitas ilusões. Achas a gasolina cara? Imagina uma bica curta, 5 cc de líquido, a um euro. Água, a 80 cêntimos meio litro. Já um chá numa esplanada a 1 euro é muito mais caro que o litro de gasolina. Achas barato o carioca de limão? 10 cc de água e uma casca de limão? Os líquidos que se vendem por aí são ao preço do ouro. Um desodorizante de 45 euros é platina. Um perfume de 85 euros é uma extravagância se tivermos por referência o diesel ou a gasolina. Aquele copinho de vinho a oito euros é ouro. De facto, não temos por hábito viver referenciando o que pagamos a coisas que dizemos caras, mas é frequente pagarmos fortunas por desnecessidades sem pestanejar. Um refrigerante num bar à noite. Uma cerveja numa esplanada. Há coisas caríssimas no quotidiano que, por força do hábito, se tornaram normais. Os 5 cc da bica curta. A garrafa de água na esplanada. O carioca no fim da refeição. Pagar, nem sempre custa assim tanto.

Sobre o autor

Diogo Cabrita

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