1 – Acabo de assistir à votação da moção de censura que o VOX apresentou no Congresso dos Deputados de Espanha, com o objetivo de derrubar o Governo de coligação PSOE/Podemos. A extrema direita, populista e xenófoba, não tem emenda, nem respeito pelo povo que sofre os efeitos da maior pandemia do século; Acrescentar à crise social, económica, de saúde pública, uma crise politica e provocar eleições gerais é tudo o que Espanha bem dispensa.
Foi o que, surpreendentemente, para a grande maioria dos analistas, aconteceu na votação. Estavam presentes todos os 350 deputados. A favor da moção de censura votaram os 52 eleitos do VOX. Todas as outras forças políticas representadas nas Cortes Espanholas, mais de uma dezena de partidos, da Esquerda Republicana da Catalunha ao Partido Popular, incluindo o PSOE e o Podemos, os vários partidos nacionalistas e regionalistas, 298 parlamentares no total, votaram contra o aventureirismo e radicalismo extremista. Não houve nenhuma abstenção.
Os deputados espanhóis, as forças políticas, na sua diversidade e pluralidade, não mudaram nem se renderam ao poder centro-esquerda que governa o país. Souberam distinguir o essencial do acessório.
Este é o tempo da unidade dos democratas contra a crise, pela saúde pública, pela economia, pelo emprego. Os espanhóis entenderam que ou se salvam todos, ou ninguém sai bem da situação.
Está Portugal preparado para idêntica resposta política? O Orçamento do Estado está a ser um bom teste e embora “a procissão ainda vá no adro” o PSD já mostrou que vale tudo para pôr o Governo em causa. Quando, em março, Rui Rio desejou boa sorte ao primeiro-ministro na batalha contra a Covid-19, porque «a sua sorte era a nossa sorte», mais não era que a demonstração da mais descarada hipocrisia política. Rio sente que só o que é mau para Costa é bom para ele. E não resiste à tentação de sonhar na coligação negativa, todos contra o Orçamento PS, e acrescentar a tal crise política às outras crises que todos sofremos.
Com o gosto suplementar de tirar brilho à Presidência Portuguesa da União Europeia 2021, que, de festa, pode virar pesadelo para António Costa. A vingança serve-se fria…
2 – O PSD Guarda, unido contra o PS, saiu à rua. O objetivo era conhecer o impacto da pandemia na atividade empresarial, perceber o que preocupa os empresários neste tempo de crise mundial. Já conhecemos a tática! Juntar um rol de queixas e usar isso como arma de arremesso político contra o Governo.
A Coficab é a joia da coroa da economia da Guarda. Uma visita é sempre reveladora da sua gestão vencedora e genial. Ali não há carpideiras da desgraça, há desafios ao futuro.
À espera da comitiva do PSD, presidentes da Distrital, da Concelhia, da Câmara e deputado pelo distrito, estava a única certeza que uma grande empresa pode revelar: investir, criar riqueza, recrutar quadros, dezenas de quadros. O Centro Tecnológico Internacional da Coficab vai ser construído na Guarda.
Problemas? Sim, falta de mão de obra especializada! Que sublime lição de confiança…