Fibromialgia – uma doença muitas vezes mal compreendida

“O diagnóstico é desafiador, uma vez que não há testes específicos para confirmar a doença. Ele é baseado na história clínica, no exame físico e na exclusão de outras patologias que possam apresentar sintomas semelhantes, o que torna o processo diagnostico complexo. “

A fibromialgia é uma doença crónica que tem um impacto significativo na qualidade de vida e na funcionalidade dos doentes. Carateriza-se por dor músculo-esquelética generalizada e sensibilidade aumentada em pontos específicos do corpo, tornando-os suscetíveis a vários estímulos que podem resultar em dor e desconforto.
A prevalência da fibromialgia varia entre 1 e 8% da população, sendo comumente diagnosticada entre os 20 e os 50 anos de idade. Embora mais comum em mulheres, esta doença também pode afetar homens e pessoas de todas as faixas etárias, sendo, no entanto, rara em crianças e jovens.
A causa ainda permanece incerta, embora se acredite que envolva uma combinação complexa de fatores genéticos, ambientais (infeções virais), hormonais, neuroquímicos (alterações das substâncias químicas produzidas pelos neurónios-neurotransmissores) e psicossociais (stress, ansiedade, depressão e traumas emocionais).
A dor associada à fibromialgia pode acompanhar-se de sensação de formigueiro, dormência, tremores, sudorese e rigidez nas articulações e músculos. Esta dor tende a agravar-se com o frio, alterações do sono e com o stress. Outros sintomas desta patologia incluem fadiga, cansaço matinal, diminuição da concentração, alterações da memória, dor de cabeça, humor deprimido e intolerância ao frio e/ou calor.
O diagnóstico é desafiador, uma vez que não há testes específicos para confirmar a doença. Ele é baseado na história clínica, no exame físico e na exclusão de outras patologias que possam apresentar sintomas semelhantes, o que torna o processo diagnostico complexo.
Embora não exista cura para a fibromialgia há alguns tratamentos disponíveis, tanto farmacológicos como não farmacológicos, para ajudar a reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida dos doentes. No tratamento farmacológico, incluem-se o uso de diferentes tipos de medicamentos, como relaxantes musculares, analgésicos e antidepressivos. Já no tratamento não farmacológico, incluem-se a prática de exercício físico e a psicoterapia, especialmente a terapia cognitiva-comportamental.

* Médica interna de Medicina Geral e Familiar da USF A Ribeirinha

NR: A rubrica “ABC Médico” é da responsabilidade do grupo de Internato Médico da ULS da Guarda e pretende aumentar a literacia em saúde na área do distrito da Guarda. O objetivo desta coluna mensal é capacitar a comunidade a fazer parte integrante do seu processo de saúde/doença, motivando-a para comportamentos de vida saudáveis e decisões adequadas. Para tal, são escolhidos temas pertinentes que serão apresentados por ordem alfabética.

Sobre o autor

Susana Patrícia Martins

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