Debate

Porto Seco, Hotel Turismo, ligações rodoferroviárias, Linha do Douro/Barca d’Alva, habitação, saúde, investimento público/privado, medidas de discriminação positiva, povoamento do território, mais ambição, defesa/preservação do património e dos produtos endógenos foram temas de debate, na passada quinta-feira, ao final da tarde nas instalações do NERGA, moderado pelo diretor de O INTERIOR e da Rádio Altitude, contando com a presença de sete cabeças de lista às eleições para a Assembleia da República, relembrando-nos tudo aquilo que é a discussão do nosso dia-a-dia.
Em jeito de análise, o debate teve momentos interessantes (como já percebemos, nenhum deles tirou qualquer coelho da cartola) e, se no pulsímetro partidário cada qual foi vencedor da contenda, olhemos para a prestação das senhoras e dos senhores candidatos.
Ana Mendes Godinho pareceu mesmo peixinho dentro de água, em jeito futebolístico dispara uns 5-0, adivinhando quase por magia o resultado do Futebol Clube do Porto no último dérbi de domingo com o Benfica, contracenou com Dulcineia Catarina Moura que, entretanto, recebia umas menssagensitas pelo telemóvel. José Pedro Branquinho, eloquente e conhecedor, esteve à altura, abandonou a cassete passando-a ao representante da Iniciativa Liberal, Carlos Bernardo, que mais não disse que privatizar é palavra de ordem e tudo o resto logo se vê…. Beatriz Realinho, do Bloco, desenrascou o serviço e Margarida Bordalo, do Livre, entreteve-se com o cobertor de papa e um palavreado barato, muito atabalhoado que não trouxe nada de novo.
Por último, se não fosse ridículo era de certeza caricato e hilariante, foi a exibição do cabeça de lista do escarro que a democracia deixou parir quando afirmou que vive por cá desde o inicio de fevereiro (paraquedista politico até dizer chega), que, com ar superior de quem percebe disto tudo, das carências/dificuldades deste interior profundo, especialista/mestrado em logística e portos secos (que não foi capaz de defender), deu a entender que tem como único propósito arrebanhar os votinhos necessários para se sentar num dos cadeirões dourados em S. Bento.
Já agora…Se este debate fosse seguido pelos tais “especialistas/ comentadores” dos tais canais especializados em debate e comentário horas a fio (CNN, RTP3 ou SIC Noticias), provavelmente a notação dos peritos seria qualquer coisa como um Bom para o cabeça de lista da CDU, um suficiente para as candidatas da AD e do PS, um suficiente menos para o BE, um mau para o Livre, um péssimo para o IL e sem qualquer classificação para o representante da direitalha.
Na fábula de Esopo, recreada séculos mais tarde por La Fontaine, recordamos, hoje e aqui, a lebre e a tartaruga na sua corrida eleitoral para alcançar a meta do próximo domingo, tornando-se extremamente difícil saber se a lebre tem o nome António Monteirinho e a tartaruga João Prata, ou será mesmo o contrário. Sei é que só existem três lugares e, sem grandes prognósticos, um é de certeza quase absoluta para Ana Mendes Godinho, outro para Dulcineia Catarina Moura e o terceiro será para um dos referidos deputados ainda em efectividade de funções.
A luta democrática no círculo eleitoral da Guarda é entre o PS e a AD. Ai de nós se assim não for ou então algo está ou anda mal no reino da Dinamarca.
Termino com um apelo, a si, caro(a) leitor(a)/eleitor(a). No próximo domingo não fique em casa. Seja parte integrante do futuro coletivo deste nosso cantinho à beira mar plantado. Aceite o desafio democrático. Faça parte da solução.