De Copérnico a Newton

Escrito por António Costa

“A ideia de um Universo heliocêntrico começou a ser difundida entre os que estudavam os astros a partir da obra de Copérnico e contribuiu para revolucionar não somente a área de estudo da astronomia, mas o método científico em geral.”

A ideia de um Universo heliocêntrico começou a ser difundida entre os que estudavam os astros a partir da obra de Copérnico e contribuiu para revolucionar não somente a área de estudo da astronomia, mas o método científico em geral.
A teoria copernicana contradizia o tratado formulado por Ptolomeu, baseado em referências bíblicas, apoiado por Aristóteles e aceite pela Igreja. Consciente da polémica que as suas hipóteses poderiam gerar com a Igreja a que pertencia, Copérnico desenvolveu a sua teoria da forma mais respeitadora possível e assentou as suas ideias básicas sobre critérios teológicos. De facto, fazia perguntas como: haveria melhor lugar para o criador situar o candeeiro que nos ilumina do que no centro do Sistema Solar?
O compêndio das suas teorias encontra-se no livro “De Revolutionibus Orbium Caelestium” (“Sobre as Revoluções das Esferas Celestes”), uma obra que o autor concluiu em 1530, mas que só foi publicada em 1540, quando Copérnico finalmente deu autorização para isso aos seus familiares. O modelo de Copérnico permitia prever com maior precisão a posição aparente da Lua e dos planetas num determinado momento, mas demorou algum tempo antes de ser reconhecido de um modo geral. Um dos principais problemas era que, ao considerar as órbitas à volta do Sol como círculos perfeitos, não se encontrava a exatidão pretendida.
O matemático e astrónomo Johannes Kepler, a partir de 1605, ajustou o modelo ao considerar que essas órbitas eram elípticas, o que lhe permitiu relacionar as velocidades dos planetas com as áreas das elipses que descrevem e a sua distância relativamente ao Sol. Paralelamente, Galileu Galilei conseguiu comprovar pela primeira vez o modelo copernicano. Com uso do telescópio, Galileu observou que Júpiter tinha satélites (o que contradizia a ideia de que tudo girava à volta da Terra) e que Vénus apresentava fases que só podiam ser explicadas mediante a combinação de dois movimentos: um à volta do Sol e outro de rotação sobre o seu eixo.
Por seu lado, Isaac Newton completou este modelo ao formular a sua lei de gravitação universal. A atração exercida pela força da gravidade tanto explicava a razão para, apesar da Terra estar em movimento, estarmos presos a ela, como a razão pela qual uns corpos celestes orbitam à volta dos outros.

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António Costa

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