O serviço nacional de saúde sofreu um enorme desinvestimento devido à sua gestão perdulária, sem vigilância, sem exigência das chefias, na maior mediocridade de apoio aos amigos e benefício dos compadres. Tudo está errado e as críticas baseiam-se em verdades construídas e em mentiras bem urdidas. Vamos ver algumas: 1- o controle biométrico como mecanismo de eficiência e de controle da produtividade. Nada mais errado. O melhor caminho para a qualidade é ter um bom chefe que está presente, que trabalha, ensina, cumpre seu horário e exige tarefas com fins estruturados. Num cenário desses a biometria é um empecilho para uma boa gestão. O que importa é a tarefa e o objetivo não a presença saloia e despropositada. 2- os centros de responsabilidade integrada (famosos cri) são outra invenção de gestão que conduz a salários diferentes onde haveria trabalho igual. A discrepância de salários por se pertencer ou não a CRI é um desmotivador dos que não participam e cumprem com zelo e lealdade as suas funções. Querem premiar? Premio para todos, pelos objetivos e pela qualidade. Construir grupos de amigos onde se criam patologias como benesses e não como função da coisa pública é como dar bombons a metade da turma e deixar a outra a roer as unhas no intervalo. Todos os que executam com dignidade as suas funções são já beneficiados por um estatuto de funcionário público que lhes dá vantagem sobre muitos outros. 3- O Estado contrata aos privados tarefas colocando baixos valores para aquilo que faz mais caro. É falso que pague mais para os privados. Paga mal e paga tarde. O Hospital da Universidade de Coimbra como exemplo, deve milhões de euros a IPSS como Mealhada, a Clínicas como Sophia, CUF, Luz Saúde. Deve há mais de 17 meses o que devia pagar em três. O conjunto de regras que o Estado exige aos privados é animalesca sobretudo se comparada à exigência sobre si próprio. Todos estes dados são a realidade e não as verdades falsas de alguns ideológicos defensores do SNS. É verdade que há casos (mínimos) em que a privada aceita riscos de um contrato leonino para o Estado e depois se vê de mão estendida a pedir que o Estado salve as dificuldades, os doentes que saíram do carril e correm risco de vida. E então? Se fosse a tua mãe que espera há dois anos, que tem multi medicação para multipatologia e só conseguiu resolver a reconstrução do trânsito na clínica? Que bom que existia clínica e que bom que lhe salvaram a vida. Azar que tenha corrido mal. Mas este detalhe está previsto como vantagem para o Estado que exporta os piores doentes, colocados com critérios duvidosos e não vigiados, que decide a seu benefício com a má fé de que os outros são bandidos e ele, o mal gerido, o “malware”, o vírus é a coisa boa. Pior é ter diretores do SNS que são diretores fora contrariando a lei. Hoje quem faz as listas de espera dos hospitais não pode operar esses doentes nos adicionais das clínicas, sendo exigido que venham outros médicos de outros hospitais. Pode produzir mais em horas extra dentro de muros. Tudo se baseia em erros de inspeção, erros de exigência, erros de avaliação, perpetuação de tontos que não produzem, que não gerem, que não estruturam e mandam mal.