A medida de todas as coisas

“Se tivermos consciência do nosso comportamento, também temos noção das suas consequências. O excesso ou carência de alguma coisa, coloca-nos numa posição em que nos sentimos acima ou abaixo dos outros e, nem uma coisa nem outra é desejável.”

A semana passada falei sobre como podemos comunicar de uma forma firme e suave, e hoje, é sobre a medida de todas as coisas, ou seja, o que deve estar presente na nossa vida a tempo inteiro, todos já ouviram falar e poucos praticam, refiro-me à sensibilidade e bom senso.

O bom senso foi dos primeiros temas abordados aqui, e por ser essencial ao bem-estar, vamos ver se estamos a pô-lo em prática no dia-a-dia.
Agora que já abordamos a importância do autoconhecimento, será que vivemos as nossas qualidades com bom senso?
Pegando no exemplo da autoconfiança, que é consensual que seja uma qualidade.
O excesso de autoconfiança faz de nós pessoas arrogantes ou, pode até colocar-nos em perigo de vida, se nos armarmos em campeões, ser pouco confiante, faz de nós pessoas inseguras.
Outro exemplo: Organização – ser organizado é excelente, viver para ser organizado é paranoia ou obsessão.
Uma qualidade levada ao extremo, passa a defeito.
A diferença entre a cura e o veneno está na quantidade e aqui entra a sensibilidade de cada um.
Se tivermos consciência do nosso comportamento, também temos noção das suas consequências. O excesso ou carência de alguma coisa, coloca-nos numa posição em que nos sentimos acima ou abaixo dos outros e, nem uma coisa nem outra é desejável.
A nossa sensibilidade e bom senso são o barómetro da relação que temos connosco próprios. Quando nos cuidamos e respeitamos, estamos atentos ao que se passa connosco, o que se reflete na relação que temos com os outros.
Por isso é que a sensibilidade e o bom senso são a medida de todas as coisas, o sentir e o agir estão alinhados com o que é o melhor para nós e para os outros.
A sensibilidade alimenta-se do nosso amor próprio (tema muito explorado aqui), manifestamo-la pelo nível de atenção que damos a nós, aos outros e ao que nos rodeia em geral.
O bom senso alimenta-se das nossas qualidades bem calibradas, sem nos fazer passar nem por mais, nem menos do que ninguém, manifestamo-lo pelo respeito que temos por nós, pelos outros e pelo que nos rodeia.
Em relação ao nosso voo, isso aplica-se na perfeição.
Um passo de cada vez, com a confiança de quem sabe que, mais importante do que chegar, é ter sensibilidade e bom senso para apreciar o caminho que se apresenta em cada dia.
Olha, e tu? Ouves a voz da tua sensibilidade e do teu bom senso?

Sobre o autor

Catarina Flor de Lima

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