Na edição do O INTERIOR de 1 de fevereiro apresentámos o ranking das maiores empresas dos distritos da Guarda e Castelo Branco.
O destaque vai para a Coficab. A empresa da Guarda conseguiu apesar da pandemia manter a sua rota de crescimento. E o seu diretor-geral, João Cardoso, assume que «o objetivo é chegar aos 400 milhões de euros de faturação com 1.000 trabalhadores» – em 2021 a empresa faturou 274 milhões. Esta afirmação encerra não apenas uma extraordinária ambição de crescimento como a confirmação da relevância da empresa em toda a região Centro – é a maior empresa da Beira Interior em volume de negócios e é a maior exportadora da região Centro (255 milhões de euro de vendas para o estrangeiro).
A Coficab emprega 960 trabalhadores em duas unidades industriais: em Vale de Estrela e na PLIE Guarda. O aumento de volume de negócios para 400 milhões de euros, com 1.000 trabalhadores, deverá passar pelas duas unidades fabris instaladas. Mas, apesar das dificuldades de contexto tantas vezes identificadas, da localização à falta de mão de obra, a Coficab adquiriu mais dois lotes de terreno na PLIE Guarda para desenvolver mais uma unidade industrial para produção de um novo tipo de produto para automóveis que neste momento não é produzido na Europa. Ou seja, mais um passo que a empresa vai dar na Guarda, para assegurar a sua sustentabilidade e desenvolvimento. Mais, como nos disse João Cardoso, o futuro da Coficab está devidamente ancorado na diferenciação tecnológica das unidades, nomeadamente pela resposta dada no contexto da revolução da “Eletromobilidade e Conetividade”. O mesmo é dizer que a Coficab cresce de forma sustentada na vanguarda da tecnologia, da mobilidade e da conetividade. Parece simples, mas esta dinâmica de sucesso é o resultado de muitos anos de planificação e aposta clara na inovação e na equipa, nos colaboradores.
Na Guarda ou em qualquer outro lugar, na Coficab ou em qualquer outra empresa, o sucesso dá muito trabalho. O interior pode continuar a ser olhado com desdém, como costuma ser a partir de Lisboa, mas há muitos projetos de sucesso nos territórios de baixa densidade, em especial quando os poderes públicos não atrapalham e quando os custos de contexto não são determinantes para atrasar a afirmação do conhecimento, da inovação e da capacidade de trabalho. Numa região onde somos cada vez menos, distante dos mercados e muito longe da matéria-prima, com o quilómetro de autoestrada mais caro do país (A23), com aeroportos longínquos em Lisboa ou Madrid, sem ferrovia (sem comboio rápido, com a Linha da Beira Alta a ser adiada para voltar a ser rigorosamente como era, com a mesma bitola Ibérica, as mesma curvas e as mesma horas para chegar ao litoral… e com a Linha da Beira Baixa afastada da Guarda, na sua ligação internacional – nem o Barracão ganhou estatuto para ser uma Guarda B no corredor Lisboa-Covilhã-Paris, uma tragédia ferroviária …) e a futura alta velocidade ferroviária entre Aveiro e Salamanca irá passar longe da Guarda. Mas nem tudo está perdido: A Guarda, enquanto desespera pelo Porto Seco que marca passo junto à estação, vai mesmo receber a UEPS da GNR por decisão do Governo – apesar de terem aparecido protestos obtusos e incompreensíveis, deverá avançar na atual escola C+S de S. Miguel. Ainda há esperança para os guardenses.
A Guarda no caminho do sucesso
“A Guarda vai mesmo receber a UEPS da GNR por decisão do Governo – apesar de terem aparecido protestos obtusos e incompreensíveis deverá avançar na escola C+S de S. Miguel “