O município da Guarda submeteu a consulta pública o destino a dar à Casa da Legião, situada mesmo em frente à fachada principal da Sé. Quem quiser participar, aceda a https://www.mun-guarda.pt/ferramentas/formularios/consulta-publica-casa-legiao/ e diga o que lhe parece.
Numa das propostas sugere-se a demolição do edifício e criação de um novo espaço público, com vista sobre a fachada principal da Sé (contrariamente ao que se pensa, a fachada norte não é a principal). Outra prevê a reconstrução do edifício, mantendo a traça original. Ambas contemplam a criação de lugares de estacionamento subterrâneos: 50 no primeiro caso, 40 no segundo.
A ideia do estacionamento é boa. O local não resolve os problemas de estacionamento de quem trabalha no centro da cidade, mas é já uma ajuda. Esses problemas, aliás, poderão ser no futuro resolvidos assim, com um conjunto de pequenos parques espalhados pelo planalto central da cidade (sem esquecer a adesão à Via Verde Estacionamento).
O destino da casa deveria ser a demolição. A sua traça original, hoje em ruínas, não tem nada de tão especial que justifique a reconstrução. No subsolo deveriam criar-se o máximo de lugares de estacionamento possíveis. Não esquecer que há edifícios na Praça Velha subaproveitados ou vazios, onde se poderiam instalar serviços públicos ou coletividades.
A reconstrução daquela casa para lhe dar alguma utilidade é uma ilusão: sobram prédios devolutos na zona histórica, a pedir recuperação e destino. Se fosse hoje, o IPPAR nem a deixaria construir, tão perto está da catedral. Vejam no Google Earth uma panorâmica aérea do centro histórico e reparem nas casas em ruína, começando pela Praça Velha.
A abertura de vistas sobre a catedral é uma boa ideia, assim como iriam ser mais visíveis o solar Teles de Vasconcelos e a antiga escola industrial, edifícios bem mais interessantes.
E que fazer do solo? Uma esplanada ou um espaço ajardinado estariam bem. Podiam preservar-se as árvores existentes e plantar outras, para compensar parcialmente as muitas que têm sido derrubadas.
Regressemos ao Google Earth: os arredores da Torre de Menagem parecem um deserto. Não podiam plantar-se por aí mais umas árvores e ajardinar-se aquela terra batida?
Há, portanto, que demolir a Casa da Legião! Os saudosistas do antigo regime podem ficar com o entulho.
A Casa da Legião
“O destino da casa deveria ser a demolição. A sua traça original, hoje em ruínas, não tem nada de tão especial que justifique a reconstrução. No subsolo deveriam criar-se o máximo de lugares de estacionamento possíveis.”