Economia

O que mudou nos pagamentos em ano de pandemia?

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Escrito por Jornal O INTERIOR

Apesar de “só” ter passado pouco mais de um ano desde que fomos atirados para confinamento obrigatório devido à pandemia de Covid-19, o tempo decorrido foi mais do que suficiente para que se produzissem alterações significativas e até duradouras nos nossos comportamentos.

Além da interação social, uma das faces mais visíveis dessas mudanças registou-se no domínio dos comportamentos de consumo, em particular, na forma como compramos e pagamos os bens e serviços de que necessitamos.

Isto está bem patente no “Relatório dos Sistemas de Pagamentos de 2020” publicado pelo Banco de Portugal no passado mês de abril, que destaca o crescimento exponencial dos pagamentos contactless e das compras online ao longo do último ano.

Pagamentos contactless cresceram 163% em 2020

De acordo com este documento, em 2020, os pagamentos de compras com recurso a tecnologia contactless aumentaram 163% face a 2019. A evolução é ainda mais extraordinária se olharmos de uma forma mais detalhada para a forma como este tipo de pagamentos evoluiu ao longo do ano.

Se nos dois primeiros meses de 2020 apenas 12% das compras com cartão eram contactless e o valor médio gasto em cada compra situava-se nos 14 euros, com a entrada em força da pandemia nas nossas vidas, esta percentagem chegou aos 17% em abril. Em dezembro, último mês antes do segundo confinamento obrigatório, o número de transações contactless já quase tinha triplicado face a janeiro, atingindo os 32%, enquanto o valor médio gasto subiu para 24 euros.

No momento em que estamos em pleno processo de desconfinamento, o peso dos pagamentos contactless na faturação dos negócios portuguese atingiu os 42% em março de 2021, uma percentagem que contrasta com os 4% de janeiro de 2019 ou os 10% de janeiro de 2020 segundo o mais recente relatório REDUNIQ Insights. Ainda segundo o mesmo relatório, esta trajetória de crescimento estendeu-se ao valor médio gasto pelo consumidor em cada transação, que passou de 14,69€ em março de 2020 para mais de 35€ um ano depois.

Mais higiénicos, rápidos e cómodos do que as transações “tradicionais” com dinheiro físico, os pagamentos contactless foram incentivados pelas entidades de saúde e beneficiaram ainda, ao longo de 2020, do aumento do valor máximo por transação dos 20 para 50 euros e da disseminação em loja de terminais de pagamento automático com esta tecnologia incorporada, algo essencial a que se possa realizar o pagamento com cartão contactless.

Inovação com a tecnologia contactless

Neste último ponto foi, e continua a ser, fulcral o papel da REDUNIQ. Pioneira na integração de tecnologia contactless em terminais de pagamento, esta marca especialista em meios de pagamento passou, recentemente, a oferecer uma solução TPA de última geração que, além de aceitar pagamentos por cartão ou smartphone (com contactless), chip e MB WAY ou Apple Pay, dá ao comerciante a possibilidade de consultar e gerir stocks em tempo real, realizar encomendas aos seus fornecedores, gerir a sua frota por GPS ou ainda ter acesso à sua faturação através de um conjunto de apps de gestão, que auxiliam o negócio e lhe permite ser totalmente móvel e digital, como é o caso das apps certificadas ZS Mobile e omeutáxi.

As vantagens do REDUNIQ Smart, como se chama este terminal de pagamento automático, aplicam-se de igual modo ao cliente. Este poderá, por exemplo, consultar o catálogo no terminal, selecionar o produto que pretende, fazer o pagamento por cartão ou smartphone, imprimir ou ler um bilhete por QR Code. Tudo isto a partir de um único TPA Contactless.

Compras online intensificaram-se ao longo do último ano

Excetuando o comércio a retalho de bens de primeira necessidade, a maior parte do comércio esteve de portas fechadas durante uma boa parte do ano passado devido às medidas de mitigação da pandemia. Isto acabou por originar uma forte migração do consumo para o comércio online, como mostra o relatório do Banco de Portugal: em 2020 registou-se um crescimento de 32% no total de compras online efetuadas face a 2019.

Se as compras online com cartão representavam, nos primeiros dois meses do ano passado, apenas 10% do total de transações, a entrada no primeiro confinamento obrigatório (abril) acabaria por fazer subir essa percentagem até os 15%.

Apesar de um ligeiro decréscimo nos meses pós-confinamento, justificado pelo levantamento de algumas restrições às vendas em loja física, as transações online com cartão fechariam dezembro com um saldo positivo em relação a janeiro e fevereiro de 3%.

Consumidores portugueses preferem pagamentos eletrónicos

Como o crescimento do contactless poderia deixar entrever, o numerário está a cair em desuso com os portugueses a preferirem, cada vez mais, a utilização de meios de pagamento eletrónicos para a realização de transações.

No cômputo geral, cartões, débitos diretos, transferências a crédito e transferências imediatas foram utilizados em 99,3% dos pagamentos de retalho efetuados, correspondendo a 87,9% do montante transacionado em 2020. Se excluirmos o numerário, as operações com cartão continuaram a ser o método de pagamento privilegiado dos portugueses com uma fatia de 85% das transações.

Outra das grandes alterações trazidas pela pandemia prende-se com o crescimento dos pagamentos através de métodos à distância. De acordo com o Banco de Portugal, registou-se um maior recurso às transferências imediatas (+81%), como é o caso das realizadas, por exemplo, através do MB WAY e um aumento (+8%) nas transferências a crédito face a 2019.

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