Economia

Eco2Blocks, desenvolvida na UBI, concorre a melhor “startup” do Web Summit

Escrito por Luís Martins

A Eco2Blocks, desenvolvida na Universidade da Beira Interior (UBI) para produzir materiais de construção com resíduos industriais, reduzindo a utilização de recursos naturais, é uma das doze empresas portuguesas selecionadas para competir pelo prémio da melhor “startup” da edição deste ano do Web Summit, que termina esta quinta-feira, em Lisboa.
O projeto criado por João Castro Gomes, docente do Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura, e Pedro Humbert, estudante do doutoramento em Engenharia Civil, é dirigido em particular às indústrias que produzem produtos pré-fabricados. A solução utiliza resíduos industriais ricos em cálcio e magnésio que endurecem com absorção de dióxido de carbono, em condições de humidade, temperatura e pressão constantes. Os produtos são depois obtidos por moldagem e compactação da mistura dos resíduos e água residual não potável, um processo de fabrico dez vezes mais rápido e 45 por cento mais barato relativamente à opção tradicional com cimento. Além disso, o processo de fabrico dos produtos não requer a utilização de água potável como na obtenção de produtos de construção equivalentes produzidos com cimento Portland.
Por cada tonelada de cimento Portland produzido é libertada para a atmosfera «cerca de uma tonelada da CO2 e, por cada metro cúbico de betão, em média, são gastos cerca de 150 litros de água potável, além de grandes quantidades de recursos minerais, como, por exemplo, areias dos rios que ao serem removidas agravam a erosão costeira», referem os investigadores. A Eco2Blocks resulta de um consórcio que inclui a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e venceu em 2018 o Prémio Manuel António da Mota, no valor de 50 mil euros.

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Luís Martins

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