Desporto

Dupla de 4L terminou prova exigente de rali

4l
Escrito por Efigénia Marques

Nuno Rodrigues da Silva, natural da Guarda foi um dos navegadores

Foram perto de 5.000 quilómetros percorridos desde a partida, a 10 de fevereiro, no East African Safari Classic Rally por duas Renault “4L” portuguesas até à passada sexta-feira, no Quénia. O navegador guardense Nuno Rodrigues da Silva foi, com António Pinto dos Santos, um dos aventureiros naquele que é um dos mais exigentes ralis de clássicos do mundo, tendo a outra dupla sido formada por Pedro Matos Chaves e Marco Barbosa, na equipa Team Renault 4L 60th Anniversary – Portugal.
Temperaturas diárias de 40 graus centigrados, provas em pisos irregulares com caraterísticas definidas para veículos todo-o-terreno e ainda a exigência de médias regulamentares de 75 km/h, foram para as duplas portuguesas um desafio, especialmente num veículo cuja velocidade máxima é 120 km/h e conta apenas com 34 cavalos sob o capô. Com o propósito de homenagear os 60 anos do modelo “4L”, Nuno Rodrigues da Silva sublinha que o balanço «é maior que todos os balanços que a “4L” deu, foi fantástico. Foi uma prova incrível, extraordinariamente dura, sobretudo para este veículo com um nível de preparação muito reduzido comparativamente a todos aqueles “canhões” que andavam por lá e para além da dureza, da magnificência de todas as paisagens, pelo ambiente da prova e pelas situações que vivemos foi muito interessante».
O navegador guardense mostra-se orgulhoso por a equipa lusa ter finalizado a prova, mas também por ter demonstrado que o mítico modelo da Renault é «resistente a tudo» e para terminar da melhor forma, ainda houve um reconhecimento. «No fim fomos premiados com o prémio de mérito e recebemos duas taças. As duas melhores taças vieram parar-nos às mãos», garante. Contrariando as grandes marcas, a Renault e as duas duplas aceitaram o desafio de participar naquele que é um dos mais exigentes ralis de clássicos do mundo. «Não houve grandes problemas, apenas alguns inerentes à dureza da prova. Tivemos de substituir algum material, soldar outro», recorda Nuno Rodrigues da Silva, referindo que os principais problemas registaram-se «ao nível da cedência de amortecedores, semieixos e radiadores».
Além da experiência, a equipa trouxe muitas histórias para contar: «Tivemos que fugir de um elefante fêmea que estava junto a duas crias e não achou muita piada à nossa presença no seu caminho, mas são coisas que efetivamente fazem parte de uma prova como esta. Estamos em Africa e Africa é muito interessante», garante Nuno Rodrigues da Silva.
Na chegada à meta, em Watamu (Quénia), António Pinto dos Santos e Nuno Rodrigues da Silva terminaram em 39º em 41 concorrentes e Pedro Matos Chaves e Marco Babosa fecharam o pelotão. Contudo, o objetivo de terminar a prova foi alcançado e o guardense confessa que «a melhor memória é a experiência e as histórias vividas. É uma experiência de vida fantástica. No Quénia há alegria e vontade de viver e é um país que está a ficar extremamente desenvolvido em algumas áreas e sobretudo com gente alegre e prestável. Tivemos solidariedade de toda a gente, mas não eramos só nós, porque até poderia haver algum carinho pelas 4L, não, havia muita entreajuda e muito bom ambiente. Eu se pudesse até ficava lá para mais uma igual».

 

Emanuel Brasil

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Efigénia Marques

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