Ontem à tarde, sexta-feira, “Fernão Magalhães e a Ave-do-Paraíso” subiu à Guarda e apresentou-se na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço (BMEL). No ano em que se comemoram os 500 anos da primeira viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães, o novo romance de João Morgado foi introduzido por Alexandre Luís e Carla Xavier Luís. O autor covilhanense encerou com esta obra uma trilogia dedicada a três ilustres navegadores portugueses que marcaram a História Universal.
Com esta obra João Morgado concluiu de forma elevada o entrelaçar entre ficção, criatividade e História.
Como Carla Xavier Luís notou na apresentação, o «beirão de gema», ex-jornalista e escritor, absorvendo o mundo envolvente, foi buscar à História, com o apoio científico do historiador José Manuel Garcia, o mais verosímil da viagem de Magalhães e criou a harmoniosamente a relação da personagem central com o meio.
Esta é uma obra onde, como assinalou o autor, «as pessoas não a vão ler a ver como é que acaba, mas a ver como é que isto ocorre» porque «já toda a gente sabe como é que história acaba». João Morgado acrescenta que durante a construção da narrativa teve de «contar as diferentes histórias e tentei humanizar os protagonistas», inclusive o próprio Fernão de Magalhães. Para o escritor, «um romance é um romance e não pode ser apenas um livro de história», por isso, ficionou o melhor possível a vida de «um homem que passou a vida ao serviço de um rei que não lhe dava valor» e vai para Espanha, «não como um traidor, mas como um emigrante de sucesso». É este Magalhães que «eu apresento», um grande marinheiro que foi o «primeiro a ver pinguins», um «olhar de Magalhães sobre o contexto» e «que convenceu os seus homens a ir para o mar» sem saber o destino», por «mares verdadeiramente nunca antes navegados».
João Morgado concluiu que «temos de perceber o mundo do seu tempo (de Fernão Magalhães) em que um homem convenceu homens a viajar e arriscar com ele» e, assim, «foi uma aventura mas também foi ciência e é impressionante o que nos legou», concluiu o autor, confiante que a obra honra a história e a «grande figura» que foi Fernão de Magalhães. Porque «foi uma aventura fantástica de homens que passaram medo, frio e fome, numa viagem fantástica de marinheiros de nove nacionalidades», asseverou o o autor.