A Guarda quer um teatro nacional e desafiou a ministra da Cultura a dar esse estatuto ao Teatro Municipal (TMG). O apelo foi feito no domingo pelo presidente da autarquia nas comemorações do Dia da Europa, numa sessão em que foi apresentada a Comissão de Honra da candidatura da cidade a Capital Europeia da Cultura em 2027 e é liderada por Teresa Patrício Gouveia.
Segundo Carlos Chaves Monteiro, «esse teatro nacional será uma peça fundamental na dinâmica cultural e europeísta da Guarda» e será também «um símbolo de que a prioridade ao interior, anunciada pelo Governo em 2017, na sequência dos incêndios, não é uma falácia que caiu em saco roto». O presidente do município acrescentou que falta também dar «sentido efetivo, verdadeiro, real, factual e palpável» às intenções de descentralização que estiveram na origem da criação da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses. «Todo este movimento merece ser consagrado com uma aposta efetiva, concreta, do poder central na distribuição mais equilibrada, mais equitativa e mais justa da produção cultural e de espetáculos pelo país», reivindicou o autarca.
No seu discurso, Chaves Monteiro considerou que a candidatura a Capital Europeia irá «reposicionar a Guarda como uma nova centralidade nacional e torná-la-á uma estação relevante de alguns roteiros europeus da cultura e da arte contemporânea». Destacou também a sua abrangência regional e confirmou – como O INTERIOR noticiou na última edição – que aos 17 municípios já envolvidos vão juntar-se as cidades espanholas de Bejar e Ciudad Rodrigo, o que dará «dimensão transfronteiriça» ao projeto. De resto, até 2027, o autarca garantiu que a Guarda irá trabalhar para «marcar a agenda cultural do país». Por sua vez, Teresa Patrício Gouveia afirmou que a candidatura guardense tem tudo para ganhar porque fez «apostas estratégicas certas». «A ecologia, o território, as questões sociais são temas que estão a ser debatidos em todo o lado e podem transformar esta região no caminho do desenvolvimento», disse a presidente da Comissão de Honra, reconhecendo que a iniciativa das capitais europeias da Cultura tem «sobretudo uma função transformativa» nas regiões e cidades escolhidas.
Teresa Patrício Gouveia destacou ainda que a Guarda2027 é «uma candidatura de toda uma região, portanto, não só pelo conteúdo, mas também pelo método colaborativo que envolve, esta candidatura é muito competitiva». A comissão de honra é composta por cerca de uma centena de personalidades locais e nacionais como Eduardo Lourenço – o primeiro subscritor do manifesto da candidatura, falecido em dezembro último –, Júlio Pereira (músico), Maria do Céu Guerra (atriz), Olga Roriz (coreógrafa), Válter Hugo Mãe (escritor), Inês Pedrosa (escritora), Rui Costa e Pedro Russo (cientistas), Teresa Salgueiro (música), Zulmiro de Carvalho (artista plástico), Pedro Figueiredo (escultor), Albuquerque Mendes (artista plástico), Álvaro Amaro (euro-deputado), Luís Baptista-Martins (diretor de O INTERIOR e Rádio Altitude), entre outros. Na ocasião foram ainda assinados protocolos com os parceiros culturais da região para «aumentar o envolvimento, dimensão e diversidade de abordagens» da candidatura no território.
Bebé nascido no Dia da Europa integra Comissão de Honra
Chama-se Simão Pardalejo Fernandes e é o mais novo elemento da Comissão de Honra da Guarda2027.
Trata-se do primeiro bebé nascido na Guarda no último domingo, Dia da Europa, e por isso foi considerado membro honorário deste órgão. Com 3,8 quilos, o rapaz nasceu de cesariana e é o segundo filho de um casal de Pinhel, Ana Sofia Pardalejo, 35 anos, engenheira informática, e Pedro Nunes Fernandes, 36 anos, apicultor.