Cultura

“Guarda a Nossa Rádio”, uma noite de memórias e sentimentos no TMG

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Escrito por Carlos Gomes

Peça de teatro assinalou o 75º aniversário da Rádio Altitude e homenageou Emílio Aragonez, que durante meio século foi a voz da rádio na Guarda

Um estúdio de rádio, vozes, músicas, memórias, sentimentos, recordações. Um programa de rádio, numa noite especial, onde se cruzaram três gerações.
Foi assim a peça “Guarda a Nossa Rádio”, produzida pela Rádio Altitude que subiu ao palco do grande auditório do TMG no sábado, no âmbito das comemorações dos 75 anos da emissora local mais antiga do país. Pedro Leitão, Agostinho da Silva, Cristina Alves e Amélia Marques foram os atores que assumiram os papéis de antigos colaboradores da emissora, protagonizando momentos de revisitação de várias estórias e vivências marcadas pela magia radiofónica. Um dos momentos altos esteve reservado para o final do espetáculo, com uma merecida homenagem ao “Homem da Rádio”, António Emílio Aragonez, que durante quase meio século foi o rosto do Altitude e serviu de inspiração para a peça da autoria de Helder Sequeira. «Senti-me como há 30 ou 40 anos, quando estava ao microfone, foi indescritível e não esperava esta adesão de público a aplaudir com o carinho que me demonstraram. Estou muito emocionado com esta surpresa muito grande», confessou o antigo jornalista, que completou 89 anos em setembro.
Pedro Leitão foi António, o protagonista da história, e assumiu no final do espetáculo que «pela reação que tivemos das pessoas e por aquilo que sentimos em palco, acho que correu bastante bem». O ator sublinhou que «ouvir no final o António Aragonez a agradecer a nossa interpretação, dizendo que qualquer pessoa poderia entender a mensagem transmitida, foi “ouro sobre azul” e por isso acho que conseguimos o objetivo». Cristina Alves assumiu estar «muito contente e muito feliz» pelo espetáculo, mas também porque conheceu «novos amigos e os meus colegas também estão todos de parabéns». Para Agostinho da Silva, todo o grupo «passou uma mensagem muito interessante dos afetos e da responsabilidade de quem passou pela rádio e dos atuais e futuros colaboradores». Já Amélia Marques disse ter sido uma «experiência excelente, com pessoas espetaculares, muito motivadas e profissionais, tentando fazer o melhor para dignificar a Rádio Altitude».
Escrita por Hélder Sequeira, “Guarda a Nossa Rádio” foi inspirada nas histórias, protagonistas e acontecimentos, que marcaram a estação da Guarda desde 1948. A encenação esteve a cargo de Albino Bárbara, que ficou «muito satisfeito com o empenho e interpretações dos atores que conseguiram passar a mensagem». Para o diretor do Altitude, a peça representou, «de certa forma, o resumo do que foi e do que é a vida na rádio», sendo que o principal objetivo foi «que os 75 anos da Rádio Altitude pudessem ser devidamente representados em palco», até porque «o teatro é a arte das artes». Luís Baptista-Martins destacou ainda a prestação dos atores e de todos os que colaboraram na peça «para que a apresentação final fosse um sucesso». Se “Guarda a Nossa Rádio” já tinha sido «um momento extraordinário» para as centenas de pessoas que encheram o TMG, esse momento «foi elevado ainda mais com a singela homenagem que a Rádio Altitude prestou ao António Emílio Aragonez, que, emocionado, foi ao palco e mostrou-se igual a si próprio». O diretor do Altitude lembrou que este foi «o terceiro grande espetáculo que a rádio ofereceu à cidade» a propósito do seu 75º aniversário. Segue-se, a 26 de novembro, o descerramento de uma placa alusiva à efeméride numa das entradas do Parque da Saúde (ex-Sanatório), junto ao Estabelecimento Prisional, no âmbito das comemorações do Dia da Cidade da Guarda.

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Carlos Gomes

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