P – Como vê este regresso à normalidade e quais as expectativas para o Verão?
R – Este regresso à normalidade era urgente e necessário até para a sanidade mental de tanta gente que conviveu mal com as mudanças impostas ao seu estilo de vida. Não foi o meu caso, muito pelo contrário, eu soube como ninguém tirar partido das mudanças a favor do futuro que temos pela frente. Vamos ter um Verão que, não sendo similar ao tempo de pré-pandemia, já nos vai permitir fazer quase tudo o que merecemos e temos direito.
P – O projeto Casas do Coro fez 21 anos, como se encontra atualmente?
R – Muito consolidado, cheio de inovação, com um nível experiencial fora do comum, com os olhos postos no futuro, com investimento diversificado, planeado e estruturado para executar em cada um dos próximos três anos, o que nos vai permitir celebrar os 25 anos das Casas do Coro conscientes de que temos um dos melhores projetos turísticos experienciais do mundo.
P – De que forma a pandemia afetou o projeto e a região?
R – A pandemia foi global e transversal a todas as regiões, sendo certo que afetou de forma diversa os vários ramos de atividade. O turismo foi um dos mais afetados e o nosso projeto não foi exceção, pois foi a primeira vez em 21 anos que não crescemos. Ainda assim conseguimos fechar um ano negro com a realização de investimento e resultados positivos.
P – Qual o ponto de situação do novo projeto no Douro?
R – Só ainda não arrancaram as obras porque vivemos num país que trata cada vez pior o empreendedorismo e o investimento. A diferença entre o que se proclama e o que se pratica em vez de se reduzir, distancia-se de forma abismal. É incompreensível estarmos pior do que há 20 anos em termos de burocracia, simplificação de processos e novas regras redutoras que, por razões que a própria razão desconhece, surgem sem qualquer nexo em avisos publicados. Ainda assim, os burocratas não nos vencem, sabemos o que queremos, para onde queremos ir e vamos à luta todas as semanas. Não há forma de se livrarem de nós. Dentro de um ano teremos o projeto concluído na íntegra e no mercado.
P – O que falta à região para atrair novos turistas?
R – Uma luta muito mais feroz contra a falta de conhecimento e a mediocridade. Não é nada difícil: bastava cortar as verbas a quem não deveria ter acesso a elas por não ter qualquer noção do significado das palavras retorno e seletividade. É deveras preocupante assistir à destruição de tantos dinheiros públicos sem qualquer pudor…
PAULO ROMÃO
Fundador do empreendimento turístico Casas do Coro, em Marialva (Mêda)
Idade: 55 anos
Naturalidade: Guarda
Profissão: Empresário
Currículo (resumido): Estudou na Guarda até ao 12º ano; Frequentou Engenharia Têxtil na Universidade de Leeds (Inglaterra); Administrador da empresa Têxteis Evaristo Sampaio, Lda; Fundador das empresas Marialvamed – Turismo Histórico e Lazer, Lda. e Casas da Pipa Turismo de Aldeia, Lda., ambas em Marialva; CEO da empresa Casas do Coro, Lda., desde a sua fundação em 2019 por procuração; Diretor da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Egitanienses entre 1989 e 1999; Vice-Presidente da mesma Associação Humanitária entre 1999 e janeiro de 2009; Presidiu à Assembleia Municipal de Mêda de 2005 a 2009, eleito como independente pelo PSD; Mandatário no distrito da Guarda da candidatura de Cavaco Silva às Presidenciais de 2006 e 2012; Vice-presidente do NERGA – Associação Empresarial da Região da Guarda (2013-2017) e vice-presidente da Assembleia-Geral da mesma associação (2017-2021); Membro da direção da Associação das Aldeias Históricas de Portugal; Preside à mesa da Assembleia Geral da Associação do Turismo do Centro de Portugal /Agência Regional de Promoção Turística Centro de Portugal e secretário da Mesa da Assembleia Geral do NERGA – Núcleo Empresarial da Região da Guarda, em representação de Marialvamed – Turismo Histórico e Lazer, Lda, desde 2021
Filme preferido: “O Irlandês”, de Martin Scorsese
Livro preferido: “O Monge que vendeu o seu Ferrari”, de Robin Sharma
Hobbies: Off road, dançar, podar, organizar e epicurismo
