P – Qual é o seu projeto para a Federação da Guarda da Juventude Socialista?
R – Todos vamos construindo ideias e pensamentos para desenvolvermos os nossos territórios, e isso é muito positivo, mas por vezes esquecemos os outros. Assim, numa primeira instância, é necessário ouvir todos para que, com as ideias e opiniões diversas, possamos juntos construir um projeto coeso e estruturado. Devemos passar do papel para a ação, pois ao longo dos tempos perdemos tempo a desenvolver e a negociar projetos e situações muito concretas para o distrito. Em primeiro lugar estão as pessoas, sendo necessário perceber as suas dificuldades, angústias e o porquê de tanta desmotivação e desacreditar da política e dos nossos governantes. É necessário envolver todas e todos a contribuir para um projeto real, de causas pelo distrito e não só de publicidade enganadora. O projeto da Federação da Guarda da Juventude Socialista parte do envolvimento efetivo das suas concelhias e abertura à sociedade civil para que todos se sintam motivados nas escolhas do melhor para o distrito. Estou certo que juntos somos mais fortes e unidos conseguimos demonstrar que o nosso distrito tem muito para oferecer ao dinamismo e crescimento do país. E assim podemos apostar e desenvolver estratégias muito concretas na área da saúde, do ambiente, da economia, da habitação, da ação social e solidariedade social, da mobilidade, da coesão territorial e na regionalização. Estes são pilares fundamentais para o desenvolvimento e bem-estar dos nossos territórios. Mas repito: não basta só falar, é necessário agir para implementar!
P – E quais as causas pelas quais acha prioritário defender/lutar no distrito?
R – Reitero a causa do diálogo, uma causa prioritária e importante. Se não tivermos a capacidade de colocar e partilhar as nossas ideias de forma conjunta nada feito! Podemos ter as melhores ideias, as melhores alternativas, mas isso só vai servir para a história e vai ficar tudo arrumado numa gaveta. E para que queremos isso? Para nada! É necessário, de forma conjunta, concreta e sem receios, lutar por um melhor Serviço Nacional de Saúde no distrito, manifestar sem medo que somos um distrito capaz de fazer com pouco o muito.
P – Acha que os jovens já são devidamente valorizados nos partidos? E no PS?
R – Os jovens ainda continuam a ser vistos como uma dúvida e um receio para a ação e causa política. No entanto, a sociedade tem vindo a demonstrar alguma sensibilidade e mudança nas oportunidades aos jovens. Os partidos devem dar-nos mais oportunidades porque somos nós a sensibilidade das causas mais concretas para os cidadãos. Somos uma geração de ideias muito práticas e concretas, causas essas de proximidade constante com os cidadãos. Como presidente da Federação da JS mobilizarei a estrutura e as nossas concelhias para exigir a integração massiva de jovens nas listas às autárquicas 2021 (órgãos de freguesia e municipais). O PS tem vindo a demonstrar sensibilidade na integração de jovens nas suas listas, no entanto, o partido deve apostar muito mais nesta causa.
P – Como está a JS neste momento em termos de militantes? A Federação também tem sentido os efeitos do envelhecimento da população na região?
R – A Federação da Guarda da JS conta de momento 690 militantes inscritos. Contudo, as estruturas ou associações não se podem avaliar pelos números, devem ser avaliadas pela sua proatividade e dinamismo. Assim, ao longo dos tempos, a JS Distrital tem sido uma estrutura dinâmica e proativa, desenvolvendo um trabalho notável. Não creio que o envelhecimento da população seja um fator negativo para a militância da JS, o problema é um desacreditar da política que faz com que, hoje, os jovens não estejam muito motivados para esta questão. A Federação deve desenvolver esforços para encontrar alternativas de capacitação e motivação para que os jovens se sintam integrados e envolvidos.
P – O que deve ser feito para estagnar a fuga de jovens para os grandes centros?
R – Primeiro dar oportunidades muito realistas e concretas para a sua fixação no interior. Destaco a medida do Governo de implementar o programa “Erasmus Interior”, no entanto, deve ser mais prático. Depois, deve ser dada a oportunidade da habitação com qualidade e criar incentivos de inclusão e fixação dos jovens nas empresas e organismos do distrito sem que os vencimentos sejam díspares de outros distritos.
P – Está preocupado com a instabilidade que o partido vive neste momento na Guarda?
R – Não estou preocupado, pois acredito que é só uma fase de mudança e as mudanças fazem bem! Acredito que possa existir a curto prazo um partido verdadeiramente unido e mobilizado pelas causas do distrito. Devemos juntos saltar para o mesmo barco e navegar em conjunto. Só assim é que a sociedade vai perceber em quem pode confiar e acreditar. A verdadeira alternativa e solução política parte do Partido Socialista, basta só olhar para as políticas verdadeiras e concretas que temos implementado no pais.
P – Concorda que a JS é a única estrutura partidária do PS verdadeiramente ativa no Distrito?
R – A JS é uma estrutura autónoma do PS, mas também é e deve ser uma estrutura de pontes e de partilha conjunta de trabalho para o distrito. Hoje temos uma mudança visível por cá, com uma ministra eleita na nossa lista pelo círculo eleitoral da Guarda. A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social é uma pessoa de ações muito concretas e de proximidade, algo que o nosso distrito necessitava, e, em complementaridade, temos uma secretária de Estado da Ação Social, cuja sede está na Guarda. Vejamos as diferenças! Foi acusada de não mais vir ao distrito, mas Ana Mendes Godinho marca pela diferença!
Perfil de Rafael Abreu:
Presidente da Federação Distrital da Guarda da Juventude Socialista
Idade: 28 anos
Naturalidade: São Martinho (Seia)
Profissão: Assistente social
Currículo: Licenciado em Serviço Social pela Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Leiria; Assistente social e diretor técnico no Solar do Mimo – Centro de Acolhimento de Crianças em Risco em São Romão (Seia); Fundador e atual tesoureiro da Associação Juvenil de São Martinho; Secretário do executivo da União das Freguesias de Santa Marinha e São Martinho de 2013 a 2017; Presidente da União das Freguesias de Santa Marinha e São Martinho (mandato 2017-2021); Presidente da concelhia de Seia da JS (2015- 2019); Membro do Secretariado da Federação Distrital da Guarda da JS
Livro preferido: “O Principezinho”, de Saint-Exupéry
Filme Preferido: “O Rapaz de Pijama às Riscas”
Hobbies: Cinema, desenvolver projetos e candidaturas para apoiar associações locais e a Junta de Freguesia a que preside.