Cara a Cara

«A política do município da Guarda na área da Juventude é inexistente»

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Escrito por Efigénia Marques

P – Foi reeleito presidente da concelhia da JS da Guarda. Quais são as suas prioridades para este mandato?
R – Será ainda durante o mandato que agora inicia que iremos viver as eleições autárquicas de 2025. A prioridade para este mandato é, como tem de ser, contribuir para a criação das melhores condições possíveis para a apresentação de um projeto vencedor do Partido Socialista nas próximas eleições. A discussão interna, a construção de propostas e a formação dos nossos militantes significa capacitá-los para o desafio autárquico. Não deixaremos, no entanto, de continuar a assumir um papel de destaque na denúncia e desconstrução da gestão vazia e populista que tem sido levada a cabo na nossa autarquia e que tão prejudicial tem sido para o nosso concelho e, em especial, para os jovens.

P – Liderou uma lista única, isso é sinal de conformismo ou de falta de oposição interna?
R – Para mim, sendo esta uma recandidatura, isto é sinónimo que apresentámos aos nossos pares, ao longo dos últimos dois anos, uma dinâmica forte e agregadora que resultou na apresentação deste projeto de continuidade com que se identificam. A avaliação dos militantes é, claramente, positiva.

P – Está preocupado com a falta de interesse dos jovens na participação política? O que vai fazer para cativar militantes?
R – Embora seja habitual ouvirmos que os jovens não querem participar na política, não posso concordar com essa visão. Ainda que a participação na política partidária possa ser menor, a verdade é que o movimento associativo jovem é muito forte em Portugal e, em especial, na Guarda. Falando no PS, aquele de que tenho conhecimento de causa, somos um partido com uma grande pluralidade de causas e ideias, no entanto, os jovens são cada vez mais adversos a encaixar-se dentro de uma categoria e preferem participar, das mais variadas formas, na promoção de causas especificas e muito próprias como a ação climática, os direitos LGBTQI+ e a habitação, são exemplos claros. Para trazer os jovens para dentro da dinâmica partidária é necessário mostrando-lhes que estamos ao seu lado, que partilhamos as suas causas, que somos uma organização séria e que somos um dos principais veículos ao qual podem ter acesso para, juntos, “transformar-mos o mundo por nossas mãos”.

P – Como classifica a política da Câmara da Guarda na área da juventude?
R – A política do município da Guarda na área da Juventude é inexistente: ao nível do emprego, não o há e muito menos qualificado e com salários atrativos; ao nível da prática de desporto, temos os equipamentos do Parque Urbano do Rio Diz danificados e ao abandono, no Pavilhão de S. Miguel chove e já mal se consegue correr na pista de atletismo do Estádio Municipal; ao nível do Ensino Superior, o parque habitacional está esgotado e não há capacidade suficiente nas residências de estudantes para receber os jovens que para cá vêm estudar; no ensino básico e secundário, a Escola de S. Miguel é fechada e a Secundária Afonso de Albuquerque tem problemas na sua cantina há mais de um ano, para não falar no completo falhanço na implementação das AEC e na falta de assistentes operacionais nas várias escolas do concelho. E se poderia enumerar mais uma série de áreas onde o município está a falhar com os jovens, a prova cabal da postura do movimento pelo qual o senhor presidente da Câmara foi eleito em relação à juventude, são as moções apresentadas pelo PS na Assembleia Municipal e que foram, com o aval do senhor presidente da Câmara, chumbadas pelo movimento, nomeadamente a que propunha a criação de um apoio à natalidade e a que defendia o apoio de 500 mil euros ao IPG.

P – O que ficou por fazer no mandato anterior? Porquê?
R – Cumprimos a larga maioria dos compromissos a que nos propusemos: contribuímos para a formação política e ideológica dos nossos pares; discutimos e apresentámos uma visão critica sobre o nosso concelho e reafirmámos o papel dos jovens na sociedade. Ao nível da militância, gostávamos de ter feito mais, principalmente no que respeita ao aproximar da estrutura aos jovens das nossas freguesias rurais, mas estamos satisfeitos por nos termos aproximado consideravelmente dos mais jovens dentro dos jovens, tendo sido, inclusive, ativado o Núcleo de Estudantes Socialistas da Guarda no passado dia 21 de outubro.

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JOÃO ANTÓNIO DE LIMA VAZ

Presidente reeleito da concelhia da JS da Guarda

Idade: 24 anos

Profissão: Técnico Administrativo de Recursos Humanos

Naturalidade: Guarda

Currículo (resumido): Licenciatura em Administração Pública na Universidade do Minho; Deputado na Assembleia Municipal da Guarda; Secretário da mesa do plenário do Conselho Municipal da Juventude; Presidente da concelhia da Guarda e membro do Secretariado Federativo da JS

Livro preferido: “A Mão do Diabo”, de José Rodrigues dos Santos

Filme preferido: “Amigos Improváveis”, de Olivier Nakache e Éric Toledano

Hobbies: Convívio e cinema.

Sobre o autor

Efigénia Marques

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