P – É o novo presidente da direção do Guarda 2000. O que o levou a assumir este compromisso?
R – Para além do gosto pelo futebol e por ajudar os outros, acima de tudo é a grande admiração, respeito e carinho pelo nosso querido e eterno Prof. Segura Fernandes. Esta associação tem uma forma de operar muito própria, uma matriz única, à imagem do seu fundador, que vai muito para além da vitória, do resultado desportivo. Aqui o ser humano estará sempre em primeiro lugar, a transmissão de valores e a formação integral das crianças e dos jovens em adultos exemplares é um ponto-chave e, obviamente, ensinar brincando ao futebol. Também, e muito importante, porque acho que é um legado que o professor Segura nos deixa a que temos que dar continuidade, é, no fundo, um ensinamento de vida que nos deixou. Esta é, sem dúvida, a grande marca que ele nos deixa.
P – Como está o clube atualmente? Quais são as suas principais carências?
R – Atualmente, e porque este ano, infelizmente, foi inevitavelmente diferente, só contamos com uma equipa de benjamins, o futsal sénior feminino e uma nova direção com muita vontade de trabalhar. As dificuldades que se nos apresentam são a nível financeiro, de transportes, de instalações desportivas e de recursos humanos, quer a nível de atletas, quer a nível de colaboradores visto que há cada vez menos disponibilidade/ vontade por parte das pessoas em desenvolver um trabalho voluntário de forma abnegada.
P – Como pensa resolvê-las?
R – Há uma série de “démarches” que estão a ser equacionadas. Desde já a angariação de sócios, pois acreditamos que serão uma força motriz muito importante para a associação. Iremos fazer também treinos de captação para podermos contar com mais atletas e mais escalões de formação e dar continuidade ao futsal feminino. Não esquecendo as entidades que nos apoiam, vamos procurar angariar novos patrocinadores.
P – E quais são os seus projetos para este mandato? Vai manter a aposta no futsal feminino e de formação?
R – Os projetos para o mandato passam por criar consistência, cimentar o trabalho que vinha sendo realizado. Não queremos dar passos maiores do que as pernas, assim acreditamos que a consistência é fundamental para a sustentabilidade desta associação. Após isto, porque não, pensar em incluir outras modalidades.
P – E os objetivos para as próximas épocas?
R – Os objetivos passam sempre por tentar fazer melhor do que no ano anterior e crescer com qualidade, sustentabilidade e responsabilidade.
P – O que falta ao futebol distrital para singrar nas competições nacionais?
R – Ao futebol distrital faltam apoios financeiros, recursos humanos e materiais (é diferente ter um ou dois treinos semanais ou ter condições para treinar diariamente), pois o que se verifica hoje em dia é a saída das pessoas do interior, o que a este nível nos afeta. Ou seja, o fator de interioridade inibe-nos de poder fazer mais e melhor, de pensar em voos mais altos.
Perfil de Francisco Martins:
Presidente da direção do Guarda 2000
Idade: 38 anos
Naturalidade: Guarda
Profissão: Fiel de armazém
Currículo: Licenciatura em Ciências do Desporto pela Universidade de Coimbra, presidente da APADCS Guarda 2000 e dirigente na Associação de Jogos Tradicionais da Guarda
Livro preferido: “Profecia Celestina”
Filme preferido: Suspense, vários
Hobbies: Desporto, passar tempo com as pessoas importantes.