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«Vou viver esta função como um emprego, mas sem remuneração»

Cara a Cara – Entrevista

P – Qual será a primeira medida da nova direcção da Associação Académica da Guarda (AAG)?

R – Vamos aproveitar este tempo para “limpar a casa” e começar, aos poucos, a organizar a semana académica, para além de preparar uma das nossas principais premissas, que é a dinamização da sede da AAG.

P – Quais são as grandes ambições da nova direcção?

R – Uma das principais é uma maior proximidade com os estudantes. Tem que haver muitos dirigentes permanentemente nas escolas e uma acção social mais justa com os estudantes. Assumi este cargo como única função, em termos profissionais, e irei viver isto como se fosse um emprego mas sem remuneração.

P – Vai optar por uma política de continuidade ou irá mudar alguma coisa em relação ao que vinha a ser seguido?

R – Vou aproveitar toda a experiência que pude retirar do meu percurso associativo e aplicá-la com um estilo muito próprio e diferente do que o Sérgio Pinto apresentou. Durante todo este tempo consegui observar todos os erros que foram cometidos e todas as políticas menos indicadas que foram aplicadas. Agora vai ser totalmente diferente.

P – Que projectos tem para este mandato?

R – Há a “Memória AAG”, que passa por historiar o passado da associação académica, e em que irei destacar uma equipa para fazer um levantamento de recortes de imprensa e desta forma saber quais foram os pontos altos da associação. Iremos apostar em força no ciclo de formações, que foi um projecto iniciado no ano passado, nomeadamente nos cursos de formação de formadores, em língua gestual, entre outros. Nesse sentido, acho que temos que apostar e inovar e ser o complemento de algumas falhas que poderão ter os cursos nas escolas.

P – A questão das dívidas da AAG tem sido muito falada nos últimos tempos. Como é que pretende resolver essa questão?

R – Primeiro vou ter que procurar saber tudo aquilo que se deve. Estive a trabalhar como candidato e a função do vice-presidente é estar ligado aos estudantes e, obviamente, que eu não estava a par de tudo o que o Sérgio Pinto fez. Neste momento estou a “entrar na casa” e vou procurar resolver as coisas da forma mais rápida possível. Fala-se de valores exorbitantes, mas tenho a certeza que não será tanto assim, porque devemos cerca de 22 mil e temos a reaver cerca de 30 mil euros.

P – O que pensa da polémica relativa à presidência do IPG?

R – É uma questão complicada. A justiça em Portugal é uma incógnita e os tribunais é que têm que decidir quem terá razão nesta matéria.

P – E da escola profissional estar sediada na Escola Superior de Tecnologia e Gestão?

R – Há muitas academias que apostaram nesse tipo de ensino, mas, em termos de qualidade de ensino e serviços, penso que os Institutos Politécnicos ficaram a perder. A ESTG ficou a ganhar porque tem mais salas ocupadas, mas isso não é aquilo a que gosto de chamar ensino superior. Acho que essa opção não dignifica a ESTG e o IPG, pelo que a Associação Académica posiciona-se, de certa forma, contra. No entanto, é um facto e a Escola profissional está aqui.

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