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«Volvidos estes anos continuamos adiados»

António Robalo, presidente da Câmara Municipal do Sabugal

P – Quando o jornal nasceu, em 2000, por onde andava António Robalo?

R – Estava na condição de vereador da Câmara Municipal do Sabugal em exercício a meio tempo, acumulando com as funções de diretor do Externato do Soito. Vivia na mesma aldeia, no mesmo concelho, no mesmo distrito!

P – Qual era a sua função e como via a região desse tempo?

R – Como vereador numa equipa liderada pelo Eng. António Morgado, que presidia à Câmara Municipal, lutávamos pela concretização de projetos adiados (piscinas e pavilhão municipal, auditório e museu municipal, etc), diria qualificar o concelho para melhor responder aos desafios do futuro e dar a qualidade à vida dos residentes. A região ambicionava ocupar o merecido estatuto de porta da Europa, graças às ambicionadas vias de comunicação. O desencravamento da região foi um grande feito!

P – Que é “feito” de António Robalo 17 anos depois?

R – O que se sabe e é público. A participação nos vários executivos municipais, sempre numa atitude de proximidade extrema com os sabugalenses, no respeito pela gestão da coisa pública, de grande lealdade para com os líderes das equipas municipais (Eng. Morgado e Manuel Rito). Em 2009 esta atuação culminou com a eleição no cargo de presidente da Câmara do Sabugal, que exerço à data.

P – Entretanto, nestes 17 anos, o que destaca de mais relevante na região?

R – Os avanços tecnológicos, as redes de comunicação, os institutos, as universidades, a Europa e os seus fundos estruturais, trouxeram alguma esperança, mas volvidos estes anos verdadeiramente continuamos adiados. As autoestradas que não podemos usar, os investimentos públicos ausentes, a dificuldade em atrair investimento privado produtivo, o abandono do mundo rural pela falta de regeneração demográfica do país não são indicadores favoráveis para uma visão otimista do futuro. Contamos com a irreverência de gente atenta que teima em lutar de igual para igual neste futuro incerto. Há que aproveitar as armas que os territórios têm, numa visão mais ampla do desenvolvimento, ultrapassando as fronteiras.

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