A edição deste ano da Volta a Castilla y Léon conta com uma etapa deste lado da fronteira, entre a Guarda e Fuentes de Oñoro, com a mítica subida à Torre, na Serra da Estrela, pelo meio. Além da vertente desportiva da prova, esta iniciativa inédita vai acontecer entre 17 e 19 de abril e foi apresentada na passada terça-feira na Pousada de Belmonte.
O pelotão vai unir Espanha e Portugal no segundo dia da competição, a 18 de abril, numa etapa com 208 quilómetros e que inclui a subida à Torre. Os ciclistas em prova saem da Guarda em direção a Celorico da Beira, Gouveia, Seia, Manteigas, Belmonte, Sabugal, Almeida e terminam em Fuentes de Oñoro, depois da fronteira. A vinda da Volta a Castilla y Léon está a cargo da Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB), que vê neste evento desportivo com alguma importância no calendário velocipédico espanhol uma oportunidade para «inovar e potenciar o território, assim como aproximar duas regiões periféricas que enfrentam os mesmos problemas», afirma José Manuel Biscaia. Para o presidente da AMCB, «esta prova é de caráter internacional e é, sem dúvida, um grande acontecimento para o nosso território, não só pelo facto de trazer um grande número de visitantes, mas também pela grande projeção da nossa região através dos meios de comunicação social nacionais e internacionais que a irão acompanhar e transmitir».
Os responsáveis espanhóis são a Real Federação de Ciclismo de Espanha e o presidente José Luís Carron explica que «o ciclismo não tem fronteiras e une cidades». A 30ª edição da Vuelta Castilla y Léon conta com a participação de 17 equipas, das quais quatro são portuguesas, e grandes nomes do ciclismo mundial. No segundo dia da prova vão estar pela Guarda cerca de 600 pessoas, entre atletas e elementos das respetivas equipas, mas os resposáveis luso-espanhóis acreditam que esta etapa também vai atrair os amantes da modalidade, que são muitos na região, como se tem visto nas passagens da Volta a Portugal. A organização desta etapa em território luso tem um custo de 50 mil euros para a AMCB, que será comparticipado em 75 por cento pelo projeto VIP BIN SAL. No entanto, José Manuel Biscaia desvaloriza os custos, pois acredita que «a dinâmica que a etapa vai gerar na região supera esses números».
Também a Federação Portuguesa de Ciclismo, na voz do presidente Delmino Pereira, vê aqui o início para se realizarem mais atividades deste âmbito na região que considera ser «ideal para a prática de ciclismo, pelos trilhos, paisagens e ausência de trânsito, um turismo ainda por explorar». As etapas da 30ª Volta a Castilla y Léon são as seguintes: 1ª etapa – dia 17 de abril: Ávila-Alba de Tormes (147 km); 2ª etapa – dia 18: Guarda-Fuentes de Oñoro (208 km) e 3ª etapa – dia 19: Zamora-Alto de Lubián (179 km).
Ana Eugénia Inácio 
